segunda-feira, 28 de julho de 2014

Existe moda feminina heavy metal no Brasil? Conheça a HauteXtreme

Por Pedro Zambarda
Originalmente publicado na Whiplash.net

Normalmente, o mundo fashion é voltado para a alta costura e para as grifes. Mas será que ele teria espaço para mulheres metaleiras? Mesmo num universo dominado pelos homens? Conversamos com Larissa “Lari” Maza, que possui a loja digital HauteXtreme e pretende levar a moda de alta qualidade para o universo do heavy metal e do visual dark.



Com 25 anos, Lari teve a ideia de sua própria grife em 2010 e está, há quatro anos, buscando firmar sua marca no mercado com um negócio próprio.

HauteXtreme? Que nome é esse?

“HauteXtreme é um neologismo. Uma fusão entre a expressão francesa haute couture, alta costura, e extreme, do inglês. O nome representa a junção do sofisticado com o pesado, o sombrio. As pessoas têm alguma dificuldade para pronunciar - assim como algumas das melhores bandas. Faz parte do conceito (ri)”, disse Lari Maza, em entrevista. A estilista se formou em Moda na Faculdade Santa Marcelina (FASM).

O meio universitário ajudou ela a ter uma ideia de uma grife com peças que são vendidas pela internet. “A ideia começou a tomar forma no meu último ano da faculdade. Mesmo muito afastada da cena underground do heavy metal que tanto frequentei, os meus gostos sombrios não haviam mudado e foram para a moda. Abracei então minhas raízes, e fiz o meu TCC inspirado na banda Dimmu Borgir, mas sem corpse paint e caneleiras de spikes. O resultado foi o pontapé que eu precisava para perceber que o que eu queria fazer não existia no mercado brasileiro ainda. Uma marca com origem dark que evoluísse junto com a personalidade das pessoas”, afirma a entusiasmada Lari.

De 2010 para cá, a loja HauteXtreme lançou sua fanpage no Facebook e já conquistou mais de 18 mil fãs. “As diferenças entre nós e a Galeria do Rock, por exemplo, se resumem a dois aspectos: Versatilidade e contemporaneidade. Digo com todo o respeito, porque o estilo das lojas físicas de moda rock costuma ser mais tradicional, bastante atrelado à visão clássica da moda alternativa. E não há nada de errado nisso. Mas a visão que temos é mais mutável e orgânica, absorvendo influências externas e trazendo elementos de outras tendências para dentro do dark. O movimento inverso também ocorre e levamos o dark para fora, impactando outras pessoas que podem não levar um estilo de vida alternativo, mas se identificam com o visual”, explica.

A loja vende roupas em quais tamanhos? Quais são suas coleções?

“Nossa tabela de tamanhos foi criada com base no corpo real das mulheres. Ninguém gosta de ir a uma loja e se frustrar com um G que mais parece um PP. E tem funcionado, porque nosso índice de trocas é muito perto do zero”, diz Lari, a dona da HauteXtreme.

A empreendedora também nos explicou detalhes sobre a entrega de peças em todo o Brasil. “Fazemos em parceria com os Correios, como muitas outras lojas virtuais, e nunca tivemos problemas. O frete varia muito de acordo com a localidade, mas na capital de São Paulo costuma girar em torno de R$ 9 via PAC”.

As roupas e acessórios variam entre R$ 36 e R$ 160, quantia próxima que você gastaria num shopping center. “Priorizamos sempre a qualidade em nossos produtos, utilizando somente tecidos e aviamentos muito bem selecionados, e profissionais altamente qualificados. Cada peça é provada e ajustada em seus mínimos detalhes antes de seguir para a produção. Os preços são justos, mas é difícil competir com as grandes magazines de fast-fashion que usam mão de obra escrava”.

Sobre as coleções, Lari explicou que há uma linha de produtos fixos e outros mais variáveis. “Nosso modelo de lançamentos não se baseia em coleções que trocam a cada estação, como as marcas tradicionais de moda. Temos um acervo semi-permanente que sempre recebe novas adições. As peças que mais fazem sucesso continuam no ar, enquanto que outras vão se esgotando e saindo de cena. Funciona, porque não somos uma marca que muda completamente de estilo a cada coleção. É um DNA só”, diz.




E qual peça vende mais nesta moda dark e metal? “A legging com o símbolo do Baphomet (foto acima) é o nosso best-seller. O que ilustra o conceito da nossa marca é o todo, com aquela peça no look certo, com a maquiagem e o cabelo compatíveis. E as peças são produzidas de forma artesanal, em um ateliê pequeno”, afirma Lari Maza.

E os homens, terão uma moda própria?

Sobre isso, Lari é mais enigmática. “Teremos moda masculina só daqui a alguns anos. Depois que a hauteXtreme estiver plenamente estabelecida no mercado feminino. Homens, vocês não foram esquecidos por nós!”, finaliza.

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