sábado, 26 de julho de 2014

Campanha da USP leva conhecimentos de genética a usuários do metrô

Por Breno França, do USP Online via Agência USP de Notícias
Creative Commons


Uma iniciativa do Instituto de Biociências (IB) da USP vai levar conhecimento científico sobre genética aos paulistanos que usam o metrô e também aos estudantes de Ensino Médio de todo o Estado de São Paulo. O Centro de Pesquisa sobre Genoma Humano e Células-Tronco, um dos Centros de Pesquisa Inovação e Difusão (Cepid) ligados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), criou cartazes e um hot site para divulgar a campanha “Semelhantes, mas diferentes”, dentro do Projeto Semear Ciência. A intenção dos organizadores é despertar a curiosidade do público para os assuntos ligados à genética, dando conta de uma de suas missões, que é a difusão do conhecimento.

“Os centros de pesquisa da Fapesp têm que cumprir três funções: ‘pesquisa’, ‘transferência de tecnologia’ e ‘educação e difusão’. Dentro desses pilares, surgiu a ideia de levar um pouco dos conhecimentos científicos de genética para a população em geral”, conta a professora Eliana Dessen, uma das criadoras do projeto. A campanha alerta as pessoas sobre a semelhança genética que outros seres vivos guardam com o ser humano, reafirmando a teoria da evolução das espécies concebida por Charles Darwin, ainda no século 19.

A professora revela que no início a ideia era fazer uma exposição no metrô. Uma exposição com painéis maiores em uma única estação. “Depois, nós pensamos na possibilidade de fazer os painéis menores que podem ser distribuídos e expostos em diversos locais”, conta. Ao todo serão cerca de 200 cartazes espalhados no metrô de São Paulo, expostos de agosto a setembro deste ano. Além disso, as peças também serão colocadas em terminais de ônibus e possivelmente dentro dos coletivos, atingindo ainda mais pessoas.

Apesar da intenção inicial ser alcançar os usuários do transporte público paulistano, “a ideia evoluiu” e se ampliou para atender às escolas públicas do estado. A equipe entrou em contato com a Secretaria de Educação e os cartazes também serão distribuídos para as 3775 escolas de Ensino Médio localizadas em São Paulo. Além dos cartazes informativos, o programa também prevê uma vídeo-conferência que vai orientar os professores sobre como abordar o assunto na sala de aula. Uma vídeo-conferência está marcada para o dia 8 de agosto com os 91 professores coordenadores de núcleos pedagógicos do estado. Eles vão receber orientações, conhecer os cartazes, o hot site e entre outras informações. “A partir disso, estarão capacitados para orientar os respectivos professores”, projeta Eliana.

Divulgação


Depois de seis meses de trabalho, desde a concepção da ideia até a elaboração dos cartazes, a iniciativa agora se encaminha para a fase final de divulgação. “Os 35 mil exemplares já foram impressos. A quantidade destinada ao metrô já foi entregue e a primeira metade destinada às escolas já está em posse da Secretaria de Educação de São Paulo para distribuição”, anuncia a professora. Docente aposentada do IB, Eliana cuida especialmente de projetos como o Semear Ciência e empolga-se com novas ideias que vão ser colocadas em prática. “Nossa intenção é fazer duas campanhas como essa por ano. Depois que acabar o ‘Semelhantes, mas diferentes’, nós vamos fazer outra com o título: ‘É genético?’”, revela. A proposta é buscar características comportamentais do ser humano e explicar se elas têm alguma ligação com fatores genéticos ou não.



O Semear Ciência é o primeiro projeto especialmente voltado e idealizado para o público em geral. Na maioria dos casos, os projetos desenvolvidos pelo Centro de Pesquisa buscavam se aproximar mais dos professores e alunos de Ensino Médio da rede pública estadual. A professora cita como exemplo o Aulas práticas nas escolas e relata que nesse projeto foi levado um laboratório móvel até as instituições de ensino. “Os professores interessados recebem capacitação e o material fica emprestado à escola durante três semanas”, explica.

Atualmente, o projeto atende a 52 escolas e em 2015 serão 60. Os microscópios e os seis kits de laboratório abrem uma nova possibilidade para os estudantes. “Esse projeto sempre dá um resultado muito positivo. Primeiro, porque os alunos podem ter uma aula em laboratório, o que é raro para as escolas da rede pública. Segundo, porque incentiva as escolas a montarem seus próprios laboratórios, já que os professores recebem treinamento e percebem que os materiais não são assim tão caros”, afirma Eliana.

O Centro de Pesquisa sobre Genoma Humano e Células-Tronco continua aumentando o número de projetos e servindo de inspiração para outros Cepids. De acordo com Eliana, outros centros se interessaram pela iniciativa e estratégia de divulgação e pretendem estruturar projetos com a mesma configuração. “Nós acreditamos que as próximas campanhas terão sua elaboração e aplicação cada vez mais rápidas, dado que a fase burocrática já foi superada dessa vez”, diz a pesquisadora. Dessa forma, a tendência é dar cada vez mais acesso para a população ao conhecimento científico produzido na Universidade.

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