Por Pedro Zambarda
Acompanhei todos os 64 jogos da Copa do Mundo 2014 para fazer mais os posts do blog ao vivo do Diário do Centro do Mundo (DCM). Vi a maioria na televisão, acompanhei streamings na internet e vi até os protestos que acompanharam boa parte do mundial, até as quartas de final, antes das prisões das polícias no Brasil.
Confira um resumo de tudo.
Uma Copa recheada de grandes jogos
As melhores partidas da Copa do Mundo foram um misto de jogos equilibrados com algumas goleadas históricas. A vitória de 5x1 da Holanda sobre a Espanha foi uma humilhação, mas ela marcou pelo gol de cabeçada de Robin Van Persie, voando como um peixinho, no dia 13 de julho. No dia seguinte, a Itália de Mario Balotelli fez uma disputa equilibrada com a Inglaterra de Wayne Rooney, vencendo por 2x1.
Costa Rica foi a grande surpresa da primeira fase, das oitavas e das quartas de final, vencendo o Uruguai por 3x1 e a Itália por 1x0. Empataram com a Inglaterra no 0x0 e com a Grécia, por 1x1. O último jogo deles foi na Arena Fonte Nova, em Salvador, contra Holanda no dia 5 de julho. Seguiram empatados no 0x0, para sofrer com o goleiro reserva holandês Tim Krul, escolhido a dedo pelo técnico Louis van Gaal nos pênaltis, perdendo por 4x3. Mesmo sem vencer o mundial, está foi a melhor Copa dos costa-riquenhos, conhecidos pelo apelido de “ticos”.
A França e os Estados Unidos foram boas surpresas na Copa. Os americanos tombaram para a Bélgica no dia 1º de julho, não sem antes resistir antes a toda poderosa Alemanha. Os franceses deram uma goleada de 5x2 na Suíça no dia 20 de junho. O muçulmano francês Karim Benzema cativou por seu futebol, apesar de não cantar a Marselhesa, o hino oficial da França, pelo massacre que ela provocou na Argélia, terra de seus pais. A França tombou para a Alemanha, no dia 4 de julho por 1x0.
As oitavas de final foram tomadas por times latino-americanos, sendo sete dos 16 classificados. Destes, só restaram o Brasil e a Argentina nas quartas, embora os esforços do Chile, do Uruguai, do México, da Colômbia e da Costa Rica foram dignos de nota. Se os hermanos argentinos superarem os alemães, será uma vitória inédita desde a Copa de 90, quando eles foram vices.
De longe, o time que mais me deu orgulho nesta Copa do Mundo foi a Argélia, resistindo bravamente aos alemães no dia 30 de junho, mas perdendo por 2x1. O goleiro M’Bolhi fez defesas espetaculares e foi considerado o homem do jogo pela Fifa, mesmo com a derrota argelina. O escritor e intelectual Albert Camus, se estivesse vivo, teria orgulho do time “pied-noir” que jogou nesta Copa brasileira.
As decepções também fizeram parte do mundial
Jogos de times como a Rússia, Coreia do Sul, Bósnia-Herzegovina, Irã, Honduras e Camarões (exceto quando perdeu para o Brasil) deram sono. Eles são países com fraca tradição no futebol, o que se reflete em jogadas monótonas ou imprudentes. Entre si, os jogos eram parados. Contra times estruturados, eles perdiam por muitos gols. A única exceção que abro foi o jogo entre Irã e Argentina, no dia 21 de junho. De tão monótono, quase tivemos a impressão que o gigante Messi ia tombar para os iranianos. Mas o craque mudou o placar no final.
No entanto, a grande decepção desta Copa do Mundo aconteceu com o próprio Brasil. Os brasileiros começaram bem a campanha derrubando Croácia, Camarões e Chile. No dia 4 de julho começou o primeiro capítulo da tragédia, com a joelhada do colombiano Juan Zúñiga na coluna do jogador Neymar Jr. O jogador teve a vértebra lombar fraturada, ficando fora da Copa. Mesmo assim, o Brasil ganhou por 2x1.
A grande decepção veio no dia 8 de julho de 2014, a partir das 17hrs. O Brasil foi massacrado pela Alemanha por 7x1. Apesar de serem cotados como favoritos, a seleção do técnico Luiz Felipe Scolari chegou na semi-final desgastada, pouco treinada e com poucas substituições. A falha tática de Felipão abriu espaço para que os alemães goleassem. Só no primeiro tempo, foi 5x0. O jogador Oscar fez o único gol brasileiro da partida.
O resultado péssimo levantou o caso de corrupção dos cartolas da CBF, aumentou a pressão para a retirada de Felipão da comissão técnica. Isso ainda deve causar grandes mudanças no futebol brasileiro, endeusado há cerca de 100 anos, mas com problemas muito presentes. Nossos craques não jogam mais pelo país e são constantemente comercializados por clubes europeus. A mídia esportiva, que tratava a seleção como recreação, está se vendo obrigada a adotar uma postura crítica. A reação de tristeza dos brasileiros neste dia ficou bem evidente.
Os protestos e os abusos do Estado continuaram acontecendo no mundial
No dia 12 de junho, na abertura da Copa, os protestos com o mote “se não tiver direitos, não vai ter copa” chamaram atenção. As polícias militares agiram com a truculência desproporcional que já era empregada antes do mundial. Perto do Itaquerão, uma equipe da emissora CNN chegou a ser atingida por bombas da polícia.
O estudante e funcionário da USP, Fábio Hideki Harano, foi preso no dia 23 de junho, acusado de ser líder dos black blocs. Manifestante pacífico, Fábio estava com capacete de motoqueiro, para se proteger de balas de borracha, e portava um vinagre na bolsa. A polícia implantou um coquetel molotov e o caso de falso flagrante ganhou repercussão nas mídias sociais. Enquanto vídeos mostram ilegalidade na prisão policial, o secretário de Segurança Pública do governador tucano Geraldo Alckmin, Fernando Grella, reforçou a acusação sem ter mais provas. Fábio está preso no presídio de Tremembé até agora.
A maioria dos jogos da Copa do Mundo tiveram protestos, em maior ou menor proporção. No Rio de Janeiro, barricadas foram criadas nos arredores do Maracanã para separar o conflito entre as manifestações e a polícia da torcida dos jogos. No entanto, quem invadiu o Maracanã de verdade foram os 200 torcedores chilenos no dia 18 de junho. Enquanto rolava o jogo Espanha contra Chile, a manada de invasores destruiu a sala de imprensa do estádio. O motivo da mobilização foi a falta de ingressos.
Dois repórteres do Mídia NINJA foram presos, um no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais. Mesmo com as detenções, o coletivo de reportagem continuou transmitindo os protestos.
A polícia também reprimiu as festas no bairro de classe média Vila Madalena, em São Paulo. O motivo das medidas de segurança foi o horário das festividades, que mergulharam na madrugada paulistana. O problema é quando o procedimento incluiu lançar bombas de gás lacrimogêneo contra torcedores argentinos.
Com as coisas boas e ruins, a rede foi responsável por brincadeiras sem fim. O craque holandês Arjen Robben ficou famoso por se jogar no chão para forçar faltas. A internet, sem perdão, fez montagens do jogador com uma bailarina. No dia 24 de junho, o atacante uruguaio Luis Suárez mordeu o zagueiro italiano Giorgio Chiellini e foi banido da Copa do Mundo. O mundo online transformou Suárez em um tubarão, em um cachorro louco e até em um vampiro.
A derrota brasileira humilhante também virou piada. Usuários disseram que “nunca viram a Volkswagen produzir gols tão rápido”. O jogador Fred foi comparado com um cone e com a personagem “Mulher Invisível”, do quadrinho Quarteto Fantástico. A performance pífia de Hulk também foi vítima de brincadeiras, assim como seu nome foi diretamente relacionado ao monstro verde musculoso. A coluna vertebral fraturada de Neymar e a campanha pela sua melhoria também foi debochada por muitos internautas que não são tão ufanistas.
O maior meme de todos sem dúvida foi com o cantor dos Rolling Stones, Mick Jagger. Conhecido por seu pé-frio na Copa de 2010, as apostas do artista também se mostraram furadas neste mundial. Ele apostou que Portugal venceria a Copa antes mesmo do começo. O time de Cristiano Ronaldo foi eliminado na primeira fase. Jagger torceu então pela sua amada rainha Inglaterra, que tombou junto com os portugueses. Ele também apostou na Itália, que caiu na mesma fase. Por fim, o craque estava torcendo pelo Brasil contra a Alemanha, no dia dos 7x1. Ou seja, todos os times que Mick Jagger queria ver como campeã tombaram rapidamente, exceto talvez pela seleção brasileira.
Mick também virou vítimas de montagens dos internautas, especialmente no Twitter. Todos os times odiados pelo Brasil tiveram pelo menos uma imagem envolvendo o artista. Segundo as redes sociais, Mick Jagger já foi colombiano e até argentino, sendo que o astro sequer torceu para essas equipes. A apresentadora Luciana Gimenez, sua ex-mulher, chegou a reclamar dos internautas, pelo “bullying” exercidos contra o cantor e seu filho, Lucas Jagger.
Copa do Mundo foi uma festa
O mundial foi uma diversão para quem o viveu, com estrangeiros elogiando o comportamento de brasileiros. As festas em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo evidenciaram o lado positivo do evento. Durante os jogos, algumas reclamações ocorreram, mas as arenas conseguiram receber grandes quantidades de torcedores, chegando em uma faixa entre 40 mil e 70 mil pessoas.
Reclamações foram registradas na Arena da Baixada, em Curitiba, no Itaquerão, em São Paulo, e no Maracanã, no Rio. Técnicos reclamaram da qualidade dos gramados na semana do dia 20 de junho. Jogadores também sofreram em jogos às 13hrs em Fortaleza, horário de sol intenso. Mesmo com esses problemas pontuais, os eventos esportivos ocorreram com animação e infraestrutura.
E você, o que achou da Copa?
Um comentário:
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