sábado, 26 de abril de 2008

Talento e Beleza - Show de Marina de la Riva em São Paulo encanta e faz cantar

O álbum de estréia da cantora

Já imaginou Andreas Kisser fazendo um solo de guitarra em uma música do mestre Sivuca? Ou então um bolero transformado em samba? Essa peculiar e interessante mistura musical só foi possível porque Marina de la Riva estava no palco.

Em seu segundo show na casa Tom Jazz na Avenida Angélica, dia 18 de abril de 2008, Marina de La Riva cantou e encantou. Clichês à parte, essa frase a define bem.
Com cerca de quarenta minutos de atraso, a artista subiu ao palco, pouco depois de seus seis músicos: Daniel Oliva Augusto (guitarra), Fabio Augusto Sameshiwa (baixo acústico), Felipe Barros Maia (teclado), Jorge Luis Ceruto Enchevarria (trompete), José Antonio Rodrigues (teclado), Ricardo de Almeida Valverde (percussão) e Jonhatas Elias Gabriel (percussão) – todos trajando preto e Marina de vestido, com lindas orquídeas lilases que prendiam um lado de seu cabelo.

O repertório do show é baseado nas músicas de seu CD de estréia Ta-Hi, título da composição do maestro brasileiro Joubert de Carvalho e famosa na voz de Carmem Miranda. Nesta música, Marina convidou para dividir o palco Nina Becker, integrante do grupo Orquestra Imperial . Nina, entretanto, não foi a única surpresa da noite: Andreas Kisser, guitarrista da banda Sepultura, foi convidado por Marina para tocar sua guitarra em “Adeus, Maria Fulô”, o primeiro grande sucesso do compositor paraibano Sivuca. Uma sintonia fina da guitarra pesada do Sepultura com o acordeom nordestino do mestre.

O show seguiu mesclando composições de Juan Pichardo, como o bolero “Ojos Malignos” – que Marina transformou em samba (no CD essa faixa conta com a participação de Chico Buarque) –, “Pensamiento”, de Rafael Gómez, composta em 1910, o bolero cubano “Si Liego a Besarte”, de Luis Carlos Romero, e “Mariposa / La Comparsa”, de Ernesto Casadi Lecuona.

Por ser filha de pai cubano e mãe brasileira, é natural que Marina una a sonoridade dessas duas culturas musicais e faça um resgate de sua própria história e de suas raízes. A canção de ninar cubana “Drume Negrita”', de Emilio Granet, e “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara, mostram a que veio Marina de la Riva: de alma latina e sonoridade contemporânea, cria novos arranjos para canções antigas e contemporâneas, sejam elas brasileiras ou cubanas.

Com uma forte presença de palco, Marina prende a atenção do público – brincadeiras e pequenas histórias sobre algumas músicas reforçam o clima intimista. O jogo de luzes simples e o palco relativamente pequeno e muito próximo às mesas da platéia criam uma atmosfera convidativa, e fazem com que um show de aproximadamente uma hora e dez minutos pareça passar muito mais rápido.
“Caminante, no hay camino, se hace camino al andar”. É com este provérbio espanhol que Marina de la Riva finaliza seu show, sob muitas palmas. A cantora que compõe o time da nova geração da MPB brasileira agradece várias vezes a presença de todos ali, as flores recebidas e os amigos que dividiram o palco com ela, finalizando: “Obrigada por fazerem parte do meu caminho”.


Por Lidiane Ferreira

2 comentários:

Julia disse...

eh mtu lindaaaa!

ótimo texto, lylas!

Unknown disse...

Lidi, resenha fantástica, só isso que da pra comentar. Fiquei morreno de vontade de acompanha esse show.
Bjoss

Posts mais lidos