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domingo, 18 de janeiro de 2015

O dia em que o MPL provocou Haddad e tomou bomba de graça da PM de Alckmin

Por Pedro Zambarda
Originalmente escrito para o Diário do Centro do Mundo (DCM)

Compareci, nesta sexta-feira (16), ao 2º Grande Ato do Movimento Passe Livre contra o aumento das passagens de ônibus e de metrô em 2014. O protesto estava marcado para as 17hrs, mas cheguei a passar pela Praça do Ciclista, no fim da Avenida Paulista, horas antes, entre 15hrs e 16hrs.


Não havia nem 10 pessoas no local marcado para começar a marcha, mas já rodavam viaturas da Polícia Militar cruzando a rua para se alocar nas laterais, na Rua Bela Cintra. Amigos me avisaram pelas redes sociais que outros veículos da polícia rondavam a Sé. As autoridades vieram ainda mais preparadas para este protesto. Se antes foram estimados cerca de 800 policiais, eu acredito ter visto mil efetivos colados na manifestação, além de helicópteros e viaturas de suporte.

O protesto começou às 17hrs completamente frágil, pouco concentrado e fraco. A Praça do Ciclista é um péssimo local para reunião de grupos. À frente da estátua do herói venezuelano Francisco de Miranda há uma sacada circular com uma visão do túnel que liga a Paulista com a Rebolças e a Doutor Arnaldo. Por isso, o grupo ficou espalhado e pouco concentrado, no mesmo tempo em que a Tropa de Choque se concentrou do lado da Paulista e mais PMs se aglomeraram na Consolação.


Naquele momento, o MPL deveria fazer uma assembléia pública para decidir o trajeto. Mas o medo da reação da polícia e a pouca concentração de pessoas atrasaram tudo, embora as baterias dos coletivos de partidos políticos e de movimentos sociais batessem com força. Eu decidi, então, passar o cordão do Choque e ver quantos policiais estavam na Avenida Paulista.

Vi algo surreal perto do Haddock Lobo: além dos microônibus e dos carros da Tropa de Choque, havia policiais militares encapuzados com armas que certamente não eram de balas de borracha. Pareciam fuzis de relance. Estavam protegendo lojas de conveniência e até o restaurante América naquele local.

Voltei para o protesto. O MPL decidiu rapidamente que seria impossível passar a barreira do Choque e ir em direção à Paulista. Mudou a rota e decidiu descer a Consolação, passando pelo mesmo lugar em que fomos encurralados na Rua Matias Aires, entre outras vias.

O começo da caminhada foi lento. Um grupo de black blocs derrubou uma cabine da PM no final da Paulista. Achávamos que aquilo causaria um confronto com a polícia, acabando com o protesto ali mesmo. As autoridades correram para filmar o grupo, mas não puxaram o Choque para reagir.

A PM chegou a afirmar em seu Twitter que apreendeu supostas garrafas de gasolina de manifestantes. A corporação se retratou em minutos, dizendo não saber o real conteúdo do recipiente. E seguiu postando nas redes sociais a sua visão sobre o que ocorreu.

O protesto foi aumentando de tamanho. De cerca de mil pessoas na Paulista, foram concentrando cinco mil na Consolação progressivamente. Mesmo assim, as pessoas se mantiveram na faixa de descida, sem entrar na contramão. Algumas poucas pessoas foram para a outra pista. Uma senhora, por exemplo, começou a berrar para os ônibus que subiam a Consolação. “É um absurdo pagar 3,50!”. Em resposta, um motoqueiro soltou: “Parem de ficar defendendo o PT!”.

A manifestação passou a estação de metrô Paulista, ultrapassou a Matias Aires e ia em direção ao Mackenzie. Lá estourou a primeira bomba de efeito moral. O Movimento Passe Livre segurou o protesto e conteve os black blocs, mesmo diante da polícia. Não aconteceu quebra-pau, ninguém se inspirou e resolveu apedrejar bancos. Por isso o protesto seguiu.


O clima acalmou tanto que eu vi um senhor passeando com dois cachorros no meio do protesto. Os black blocs andaram perto do MPL, sem pegar pedras e nem ameaçar ninguém. Chegamos ao centro pouco antes das 20hrs. Passamos pela biblioteca Mario de Andrade e pela estação Anhangabaú de metrô. Naquele trecho, vi o Movimento Passe Livre negociando com a Tropa de Choque ao longo do percurso, para evitar reações violentas. E a polícia procurou manter a calma, embora dois policiais arrumaram briga com dois roqueiros bêbados que trombaram com eles próximo dali. Rumamos para o Teatro Municipal.


Amigos meus e jornalistas acharam que as bombas e as balas de borracha iriam voar assim que chegássemos na Prefeitura de São Paulo. Misteriosamente, a PM apenas se posicionou na frente do local e permitiu a passagem do protesto. Manifestantes e imprensa ficaram felizes pela ausência de repressão até ali. O MPL resolveu então fazer uma provocação com o prefeito Fernando Haddad. Apontou uma luz em direção à Prefeitura com os seguintes dizeres: “Je Suis Catraca”. Na imagem de fundo, estava o próprio prefeito. O que o MPL queria dizer era que o petista Haddad também é conivente com o aumento das passagens, não criticando apenas o tucano Geraldo Alckmin.

Integrantes do MPL voltaram a se reunir com a PM na frente da prefeitura. Conversei com Eudes Cassio do Movimento Passe Livre. “Estou tentando negociar com a polícia para que o protesto prossiga até a Secretaria de Transportes”, ele me explicou.


Eu fui para a lateral da prefeitura, perto de alguns fotojornalistas que se sentavam para transferir imagens do protesto pacífico até aquele momento. Aconteceu então algo que nem a própria Polícia Militar explicou nas redes sociais. Do nada começaram a ser disparadas quatro bombas na frente da prefeitura. Notando a movimentação, resolvi correr, porque vieram em seguida as balas de borracha. Logo depois, consegui ouvir fogos de artifício. Foram disparados pelos manifestantes, mas só depois do ataque da PM.

O problema é que eu corri pela lateral, por trás da Tropa de Choque, e dei de cara com a Cavalaria, que fez como se fosse avançar pra cima do grupo de jornalistas. Berrei e bati no topo do capacete de skatista que comprei para não levar balas no crânio, que estava identificado com os dizeres de imprensa. Eles hesitaram, pararam e deixaram a gente passar. Na frente da prefeitura, as pessoas começaram a correr de medo.

Uma amiga tentou fugir pela estação Anhangabaú. Foi separada de suas companhias porque o metrô fechou a entrada antes que ela pudesse correr. Só conseguiu fugir pela Consolação. Outra garota levou spray de pimenta no rosto depois de desmaiar.

Os black blocs, quietos até então, se sentiram livres para depredar e revidar o ataque espontâneo da Polícia Militar, que usou até munição química no ataque. Derrubaram um orelhão, a Caixa Econômica da Rua Líbero Badaró, uma unidade do Banco do Brasil na Xavier de Toledo e um CitiBank da Rua São João.

Atacados pelo gás e pelas balas de borracha, manifestantes tentaram descer a Anhangabaú e foram agredidos por PMs que circundavam a área embaixo. Os que correram até o Teatro Municipal encontraram outra barricada do Choque e mais bombas. A manifestação se dispersou completamente.

Eu corri por fora, através do Largo de São Francisco, até o começo da Brigadeiro Luís Antônio. Exausto e na companhia de outra jornalista, entrei com sede num posto BR para beber alguma coisa. Antes disso, vi a bateria de militantes do PSOL voltando do protesto. Uma menina entre eles tossia muito e passava mal pelos efeitos do gás lacrimogêneo. Outras pessoas andavam em pequenos grupos para evitar agressões com a PM

O Choque então apareceu com lanternas procurando manifestantes na rua. Um amigo meu, fotógrafo freelancer, voltou até o Teatro Municipal para ver como ficou o local após o protesto. Foi recebido com bombas, sendo que tinha acabado de tirar o seu capacete com os dizeres de imprensa para se proteger.

Fui embora pela estação República, que estava sendo vigiada por um cordão de seguranças particulares da Linha Amarela, privatizada por Alckmin. Desviei deles e rumei pra zona norte de São Paulo. E um protesto que tinha tudo pra ser pacífico terminou em tiro, porrada e bomba. Sem que eu entenda até agora os reais motivos por trás disso.

Porradaria da PM encerra o 2º ato contra a tarifa em SP

Por Mídia NINJA
Creative Commons

Tudo ia bem. Mas a PM não se emenda. Bastou que alguns manifestantes lançassem contra os escudos da tropa de choque entrincheirada na porta da Prefeitura algumas garrafas de plástico com água e... Uma pancadaria absurda tomou o centro de São Paulo.


(Seria esse um efeito perverso do racionamento de água, só agora admitido pelo governador Geraldo Alckmin?)

Bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo, balas de borracha foram disparados contra tudo o que se movesse, contra manifestantes e contra pessoas que simplesmente passavam por ali, naquela hora de pânico.


Uma covardia.

No segundo ato promovido pelo Movimento Passe Livre, contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô, de R$ 3 para R$ 3,50, nesta sexta-feira, 16 de janeiro, a única guerra real que aconteceu foi a de números. O MPL dizia ter reunido 20.000 manifestantes, enquanto a PM avaliava o número de participantes em 3.000.


Até as 20h33, a manifestação vinha bem, apesar de a PM ter detido um manifestante pelo “pecado” de carregar uma rodinha de skate na mochila. Jogaram-no no chão como a um saco de lixo, imobilizaram-no. Logo ele foi solto. Também explodiu um artefato de gás lacrimogêneo na frente do Ministério do Trabalho, na rua da Consolação, 1272...


Mas a passeata seguiu firme e organizada, apesar de duas agências bancárias (uma da Caixa Econômica Federal e outra do Banco do Brasil) terem sido depredadas não se sabe nem por quem.

Era alta a tensão reinante.

Até que alguns manifestantes arremessaram as garrafinhas de água na tropa de choque.

Motivo ridículo? É, mas foi o que deflagrou a pancadaria generalizada.


“A polícia vê e entende os manifestantes como inimigos. A reação deles é desproporcional em relação aos que seguem pacificamente. Na semana passada um observador legal foi atingido com bala de borracha no pescoço. Outros três foram golpeados com cassetetes. Não há diálogo. O clima é sempre de tensão”, diagnosticou Denize Guedes, jornalista e observadora legal.

Pelo menos 1.000 PMs acompanham a marcha. Tinha de tudo. Cavalaria, Tropa de Choque, Tropa do Braço, Força Tática. Um caminhão, chamado de POE, “Plataforma de Observação Elevada”, de onde sobe um mastro cheio de câmeras, fotografava toda a manifestação.

“A gente tá lutando por vocês também! Vão caçar bandidos, seus covardes!”, gritava um manifestante para a PM. Ele estava irado com a repressão. Tinha visto uma faixa uma faixa estirada debaixo do Viaduto do Chá, em que se lia: “Agora é de R$ 3 pra baixo”. E se emocionou.

Uma mulher ficou desmaiada no viaduto bombardeado. Foi socorrida por manifestantes. Em frente à Prefeitura, um manifestante sangrava no chão.

O Segundo Ato contra o Aumento das Tarifas acabou sob o ataque da polícia. O centro de São Paulo ficou às moscas e restou um cenário de devastação, apesar de os manifestantes terem a intenção (frustrada) de levar o protesto pelo largo S.Francisco, a Sé, até o  Tribunal de Justiça de São Paulo.

Fechado, o  Metrô  Anhangabaú foi o palco da revolta de usuários que protestavam contra a ação policial:  "Somos cidadãos, somos cidadãos!"

Falava-se em oito detidos, que foram enviados para o 78º DP, na rua Estados Unidos, nos Jardins.

A promessa agora, é uma só: “Amanhã vai ser maior!”

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Um debate importante sobre segurança em um possível segundo mandato de Dilma

Por Pedro Zambarda

Estamos chegando ao fim do segundo turno das eleições presidenciais de 2014. O tucano Aécio Neves disputa com a petista Dilma Rousseff o cargo de presidente da República. Dilma destacou-se em seu primeiro mandato com avanços na educação federal, no combate à fome e na política externa menos dócil, principalmente com o escândalo de espionagem digital dos EUA. No entanto, a gestora fraquejou no avanço da economia e foi dona de uma política de segurança dura durante manifestações, que mostraram sua face inflexível durante a Copa.


Em julho deste ano eu pude conversar com Inauê Taiguara para o site Diário do Centro do Mundo (DCM). Inauê foi preso durante a reintegração de posse da reitoria durante a greve da USP em 2013, sem provas de ter depredado o local, e participou de protestos que ocorrem desde junho do ano passado. Comentamos sobre abusos dos governos e até sobre as reações violentas durante a Copa do Mundo de 2014.

Ao contrário do que o título da matéria dá a entender erroneamente, Inauê não é líder do Movimento Passe Livre (MPL), mas apenas teve uma participação junto com vários coletivos que fizeram parte das mobilizações populares.

Para entrar no debate sobre segurança, é fundamental relembrar os abusos policiais contra protestos sem nenhum motivo ou prova, além dos dados de roubos, assaltos e da criminalidade real das grandes cidades.

Recomendo a leitura da entrevista no DCM.

sábado, 5 de julho de 2014

Fábio Hideki, acusado de ser Black Bloc sem máscara, escreve carta de dentro da prisão

Por Mídia NINJA
Via Creative Commons

Em documento entregue ao Movimento Nacional de Direitos Humanos, Fabio Hideki revela sua consciência de preso político e tranquilidade quanto a necessidade de lutar por direitos no Brasil. Leia na íntegra:


03/07/2014  Fábio Hideki Haramo

Escrevendo de maneira leve e solta, sem pensar elaboradamente digo que não fiz nada de errado pois participar de manifestações de rua, usar equipamentos de proteção e resistir na defensiva, para fazer valer o direito de expressão pública, não é nem um pouco crime.

Estou sendo alvo de uma grande e suja perseguição política. Não neguei revista pois não tinha nada a esconder. Implantaram uma suposta bomba, que só fui ver no DEIC, horas depois de minha detenção.

Sou trabalhador, funcionário público e estudante da USP, gosto de ler, de mangá, de Tokusatsu (seriados japoneses de super-herois), de heavy metal, artes marciais, luta política por um mundo melhor, justo e sem desumanindade.

Sei da importância de lutar. Pratico kentô e sei que só viver de maneira individualista não leva a um mundo melhor. Assim, participo sim de sindicato, apoio determinados movimentos sociais como MTST e o MPL. Sei que lutar, sem briga, nas ruas é importante. Participo de manifestações sem partir para agressões. 

Tanto é que meus pais e meus avós sabem com tranquilidade que não faço lutas erradas".

Conheça Fábio Hideki

Fábio Hideki Harano foi preso em São Paulo após participar da manifestação “Se não tiver direitos, não vai ter Copa” no dia 23/06/14.  As testemunhas declararam não haver nenhum objeto ilegal em seus pertences naquele momento. Apesar disso, ele é acusado do crime inafiançável de portar um artefato explosivo. 

Atualmente cumpre prisão preventiva na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, localizada na cidade de Tremembé - SP, acusado por quatro artigos do Código Penal – entre eles associação criminosa – e um artigo do Estatuto do Desarmamento.

Movimentos sociais, advogados ativistas e militantes prestam solidariedade ao caso e garantem a pressão popular para que Fábio seja libertado. Para saber mais conheça a campanha Liberdade para Hideki. 

sábado, 28 de junho de 2014

Conheça Fábio Hideki, que sofreu prisão preventiva, está no presídio de Tremembé e é acusado de ser Black Bloc

Por Mídia NINJA
Via Creative Commons


Após o término da manifestação do dia 23 de junho, em São Paulo, Fábio Hideki Harano foi preso por policiais civis à paisana sob a acusação de associação criminosa, incitação ao crime, porte de explosivo e suposta posse de um coquetel molotov.



Segundo o Secretário de Segurança Fernando Grella, “É a resposta da lei para esses indivíduos”. Curiosamente, a revista pessoal realizada por mais de dois policiais em frente às câmeras não encontrou qualquer objeto ilícito, muito menos um explosivo. O Secretário de Segurança, em mais uma prova do paradoxo legal de nossas forças de segurança, incentiva sua polícia a praticar crimes para que crimes não sejam praticados.

A prisão desse manifestante pacífico ocorre em um momento muito delicado para o país, e mostra mais uma vez que a Constituição Federal não é parte do treinamento de nossas corporações militares. Objeto de crítica em diversos órgãos de Direitos Humanos nacionais e internacionais, a polícia política mostra que continua nas ruas do país.

O Judiciário, na contra mão das declarações de Grella, tem se demonstrado cauteloso e desconfiado quanto o material apresentado pela Polícia Civil, que vem tentando imputar a qualquer pessoa a qualidade de ”black bloc”. Parlamentares paulistas também estão acompanhando o caso de perto. A insuficiência de provas contra Fábio e a declaração do Padre Julio Lancelotti, que diz ter visto um flagrante forjado, colocam ainda mais suspeita sobre as ações recorrentes de nossa política pública de segurança.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Policial Militar aponta arma para estudante da USP

Sob o argumento de que precisava ver a carteirinha do aluno, um PM sacou pistola dentro do espaço do DCE, na Universidade de São Paulo. O vídeo foi documentado no YouTube. Segundo o Estadão, o estudante, negro, chama-se  Nicolas Menezes Barreto. Ele estuda Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste. Veja os vídeos da agressão e um após o fato.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Discussão: Há motivação política na troca de Fátima Bernardes no Jornal Nacional?


Citando as palavras do jornalista Alberto Dines: Jornalista não é notícia. No entanto, mesmo com essa máxima, se estiver acontecendo mudanças no estilo de jornalismo da Rede Globo, através do Jornal Nacional, talvez a transição de Patrícia Poeta no lugar de Fátima Bernardes seja um fato que merece atenção.

Um texto do jornalista Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, merece destaque sobre a mudança. Segundo sua principal tese, o JN estaria se adaptando ao governo Dilma Rousseff com uma transformação do seu quadro de jornalistas.

Concordando ou não, clique aqui e descubra.

sábado, 19 de novembro de 2011

PM terá 12,5 mil soldados nas UPPs do Rio até a Copa do Mundo, 2014


A Polícia Militar contará com 12,5 mil homens para atuação em unidades de Polícia Pacificadora, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Representantes do Exército apresentaram um balanço da ocupação, que ocorre desde novembro de 2010 nas comunidades que integram a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. 

Desde a ocupação das UPPs nas comunidades, foi registrada queda nos índices de criminalidade. Os homicídios apresentaram redução de 86%, e os roubos de veículos diminuíram 76%.

Sobre os casos de conflitos entre moradores e soldados da Força de Pacificação, o general disse que são “casos isolados” e que estão ligados a interesses paralelos aos do estado.

Atualmente, o Exército tem 1,8 mil soldados de prontidão, a Polícia Militar 120 e a Polícia Civil 25.

Isso será suficiente para a Copa do Mundo de 2014?

Via Agência Brasil.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um dos fatos mais controversos sobre a PM na USP

Sim, este é um texto sobre o caso da Polícia Militar no campus da Cidade Universitária, na USP. Mais um texto. Mas não é um texto opinativo que cai nos argumentos da maioria.

Depois de pensar muito sobre o tema, decidi manifestar minha opinião somente quando tivesse algo relevante a dizer.

Tanto para os estudantes universitários, quanto para a polícia, ou mesmo para a sociedade.

Vamos recapitular os fatos:

- No dia 18 de maio de 2011, um estudante Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) é assassinado em uma tentativa de assalto. Estudantes de sua unidade prestam homenagens e fazem protestos. A Reitoria da USP fecha um convênio com a Polícia Militar, para aumentar a segurança do campus.

- No dia 27 de outubro de 2011, três estudantes são abordados por PMs após serem flagrados fumando maconha na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Vários colegas se manifestam contra a prisão dos portadores de drogas. Após confronto com a Polícia Militar, os estudantes da FFLCH ocupam o prédio administrativo da mesma unidade.

- A administração da FFLCH é desocupada sem danos, segundo diversas reportagens. No dia 1 de novembro, pelo menos duas assembléias são realizadas entre os alunos com a pauta: Ocupação da Reitoria. A primeira vai contra a ocupação. Uma segunda é organizada e, com quórum menor, a ocupação ocorre na madrugada do dia 2.

- No dia 8 de novembro, a Polícia Militar entra no campus com 400 homens da Tropa de Choque e retira os estudantes da Reitoria. 73 são presos.

Com esses quatro fatos, duas posições ficaram claras: Entre estudantes, sociedade e até na imprensa.

- Alguns são favoráveis à PM no campus e contra aqueles que invadiram a Reitoria.

- Outros são contra a presença da polícia e à favor da saída do reitor, João Grandino Rodas.

Para esses dois lados da questão - e para muitos outros que não estão representados por estarem muito divididos -, recomendo dar uma olhada no vídeo abaixo:






Por que a PM jogou bombas de gás lacrimogêneo no Crusp? Que é uma habitação universitária tanto de estudantes quanto de funcionários da Cidade Universitária e de outros lugares?

Que peça está faltando no quebra-cabeça que coloca toda a questão da USP em conflito com a polícia?

Talvez seja esse homem:





João Grandino Rodas não foi eleito reitor em 2010. Ele não era o favorito nas eleições, pois estava em segundo lugar. Foi colocado no cargo pelo governador José Serra, de maneira antidemocrática diante dos votos de professores e do alto escalão dos administradores da universidade.

Independente de ser favorável ou não ao PSDB: Isso aconteceu e consta nos documentos. O governador estava no direito dele? Estava. Mas ele era candidato a presidente, contra Dilma Rousseff, na época. Tinha interesses políticos, provavelmente. E, misteriosamente, o reitor não comenta os recentes acontecimentos.

A discussão não é sobre drogas. Ou sobre a Polícia Militar. Ou sobre a briga PT versus PSDB. É sobre um reitor que não foi eleito democraticamente. Você pode até discordar dessa opinião neste final de texto. No entanto, até mesmo a parte sobre Rodas é baseada em fatos. Ele é uma minoria que está no poder e, pelo visto, está jogando uns contra outros, enquanto administra mal as verbas da universidade.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fernando Henrique Cardoso, Dráuzio Varella, Paulo Coelho e a mentalidade da Guerra contra as Drogas


A guerra contra as drogas e contra o crime organizado traz opiniões fortes sobre a legalização ou a criminalização de entorpecentes. Em um documentário ousado, chamado Quebrando o Tabu, trata sobre uma defesa possível da comercialização de drogas. O material foi produzido pelo apresentador de TV Luciano Huck e dirigido pelo cineasta Fernando Grostein Andrade. O que mais impressiona, de cara, são os depoimentos dos personagens do filme.


O material deve ser lançado no dia 3 de junho deste ano. O ex-presidente FHC afirmou que mudou de ideia sobre a questão das drogas, depois de liderar o Brasil, e diz que a luta contra o tráfico é uma luta perdida. O médico famoso por participações no programa Fantástico, Dráuzio Varella, defende a tese que o viciado é um doente, não um criminoso. Paulo Coelho alerta para as consequências do uso - por experiência própria. O filme defende a legalização, mas defende também uma conscientização maior sobre os usos e desusos dessas substâncias na história, que continuam com as sociedades, sendo proibidas ou não.

Não é nada que você não tenha pensado, mas vale assistir, talvez. Mesmo que você seja contra a liberação das drogas ou diretamente contra as opiniões deste material.

Via Exame

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