
Via Exame
E o Projeto Cafe da Nintendo finalmente foi revelado. O sucessor do Nintendo Wii, o console que irá abrir as portas da nova geração se chama...Wii U? Sério? Isso mesmo? Parece que sim. E a estranheza não para ai. Sem apresentar muitas especificações técnicas a respeito do novo console, apenas mostrando que é tão ou mais poderoso que PS3 e Xbox360, a Nintendo se focou no novo e revolucionário controle. A coisa mais parece uma controle de Xbox recheado com um tablet de 6 polegadas. De novo a Nintendo mostrou algo que jamais foi visto e, instantaneamente, a E3 acabou para a Sony e Microsoft.
Foram mostradas 8 formas de se usar o Wii U e seu controle. Desde um portátil, jogando apenas com o controle, e sem TV, até um avançadíssimo sensor de movimento, mesclando as telas do controle e da TV de forma única. Mas, em todos os casos, eram demos, apenas demonstrações do que ele poderia fazer. Nenhum jogo de fato foi mostrado, nenhuma ideia da Nintendo ou de uma produtora foram apresentadas de forma concreta. Apenas alguns anúncios que deixaram os jogadores bem animados: A Nintendo está de volta ao mundo hardcore. Batman: Arkham City, Battlefield 3, Assassin’s Creed, Darksiders 2, entre outros jogos, estarão no PS3, no Xbox 360 e, também, no Wii U.
O Wii U trouxe mais perguntas que repostas e, sinceramente, tem gente que até agora não entendeu se ele é um console novo, ou um controle que é um console, ou um Wii melhorado, ou até mesmo se ele é desta geração ou da próxima. Quanto a última pergunta, eu posso tentar responder. A cada ano que passa, fica mais claro que a diferença que ocorria entre gerações de console fica mais difícil de ser traçada. Se antes eles eram anunciados quase que simultaneamente e chegavam as lojas com diferença de meses, hoje, temos uma situação inédita: enquanto a Nintendo anuncia seu novo console, apenas rumores apontam para um sucessor do PS3 que deve sair, quem sabe, em 2013. Nem isso ocorre com a Microsoft.
A impressão que se tem é que nos últimos anos, desde os anúncios do PS Move e do Kinect, é que os consoles se transformaram em “meras caixas”, como definiu na Satoru Iwata, presidente da Nintendo. A empresa quer melhorar cada vez mais a experiência de jogar videogame. Hoje, 6 anos depois, muitos questionam se o Wii deu certo ou não, já que afastou os gamers hardcore da Nintendo. Oras, se tivesse sido um fracasso, o PS Move e o Kincect dificilmente existiriam, correto?
A intenção da Nintendo com o Wii U é clara: apenas copiar a concorrência, com gráficos HD e simples sensor de movimento não basta. Para se vencer a guerra e continuar como a empresa de games mais lucrativa e bem vista no mundo, a Nintendo tem que mostrar algo além, algo revolucionário. E o Wii U é esta aposta. Qualquer um que escrever um artigo opinando sobre o futuro do console estará apenas especulando.
O Pain of Salvation não é uma banda de heavy metal qualquer. Talvez o Pain of Salvation nem seja uma banda de heavy metal, ou heavy metal progressivo. Talvez o Pain of Salvation seja simplesmente irrotulável. A verdade é que a banda sueca não se parece com nada, e o seu show é um retrato disso.
Não pude ficar mais surpreso quando cheguei ao Carioca Club no último domingo, em São Paulo. A começar pelo público que, se não lotou a casa de show completamente, se aproximou de ótimos 80%. Se em um show comum de heavy metal se espera ver uma maioria esmagadora masculina, vestida de preto, o que se viu foi uma audiência muito bem divida, com pessoas vestidas como sempre deveriam se vestir em qualquer show: normalmente. Homens, mulheres, casais, jovens, meia idade... todo mundo. Era um público tão eclético quanto o de um U2, por exemplo, com a diferença que ninguém estava lá pelo evento, e todos pela música. E que música.
As composições de Daniel Gildenlow são tão complexas que sempre me questionei como seriam executadas ao vivo, não que eu questionasse a capacidade da banda. E só posso dizer uma coisa: o Pain of Salvation ao vivo é mais espetacular do que em um álbum. Todos os músicos beiram a perfeição tocando as músicas da banda. Os integrantes mais novos, Daniel Karssom no baixo e Leo Margarit na bateria não apenas dão conta das faixas mais antigas, mas nos fazem esquecer que são membros recentes, tamanho seu entrosamento com o resto. Margarit, em particular, é espantoso para um leigo. Rápido, preciso, pesado e suave, quando necessário, com direito a um longo e bem executado solo.
Fredrik Hermansson no teclado e Johan Halgreen na banda são os opostos. Enquanto o primeiro é calmo e sereno, se escondendo atrás de seu instrumento e executando com perfeição tudo aquilo que compôs, Halgreen, sem camisa e com seus longos dreads transparece cada energia das músicas, quase entrando em transe em seus momentos mais pesados. Por fim, ganhou destaque o frontman, vocalista, compositor, produtor e dono do Pain of Salvation, que é Daniel Gildenlow.
Talvez ele tenha ido bem porque o show foi realizado justamente na data de seu aniversário de 38 anos, mas eu duvido. Daniel Gildenlow se mostra um frontman fantástico, levando-se em conta o tamanho de sua banda. Foi um guitarrista espetacular e energético (quebrou três cordas durante o show) e um vocalista versátil e único. Se ele desafinou em algum momento, não percebi. Mas, acima de tudo, ele estava extremamente carismático. Esqueça a pose das grandes bandas de heavy metal. Gildenlow e o Pain of Salvation deixaram transparecer aquilo que no fundo todo fã quer perceber: eles estavam incrivelmente felizes por fazer aquele show.
De novo...o Pain of Salvation é tudo, menos um banda de heavy metal comum. Em quantos shows podemos rir das piadas do frontman? Em quantos shows podemos balançar a cabeça loucamente em um momento e, alguns minutos depois, estamos ouvindo uma balada tão romântica e boa quanto qualquer música de...sei la, um Bon Jovi ou um Bryan Adams? Em quantos shows podemos ter momentos de rap, disco e blues? E tudo dentro do rótulo de heavy metal? O Pain of Salvation ao vivo rejeita rótulos da mesma forma que o faz no estúdio. A banda só aceita um: o de uma puta banda que, por ser tão pequena no cenário mundial (como um todo), só retrata o quanto o mundo da música é injusto.
SET LIST
· America
(with drum solo)
· Of Dust
· No Way
· Ashes
· Linoleum
· Falling
· Encore:
ps: imagens do blog Heavy Nation, do show da banda no Rio de Janeiro.