Muito tem sido falado a respeito do papel da mídia no caso da menina Eloá, pois muitas opiniões que vão contra àquilo que foi feito, à abordagem e propagação dos fatos por parte do que se julga ser uma mídia abusiva, sem limites para publicar os fatos do assunto que mais chamou a atenção de todos na última semana.
Eu consigo ver os dois lados. Eu vejo o lado da mídia irresponsável e egoísta, que não pensa nem por um minuto no que de fato está acontecendo e nos envolvidos e o único objetivo é conseguir o mais novo furo de reportagem em primeira mão e, assim, destacar-se de todos os outros milhares de jornalistas que ali estão. E claro, por esse procedimento, receber uma recompensa. Alguns de nós, jornalistas, têm mesmo essa sede do novo, da notícia, e acaba por não ver limites para isso. Ultrapassa os parâmetros de respeito às vítimas e aos próprios colegas de profissão na corrida ao mais próximo possível da realidade da informação.
E, neste grupo, ainda se encaixam aqueles que, querendo ou não, desenvolvem uma humanização do bandido, do vilão da história. Transforma-o em pseudo-herói, assim como insistiram em fazer com Sandro do Nascimento no recente filme sobre o caso do Ônibus 174 e também no documentário que trata do mesmo assunto. Usando o mecanismo de mostrar uma história de sofrimento e dor do acusado, conseguem fazer com que alguns até acreditem que aquilo justifica seus atos, o que para mim, é mentira.
O último exemplo que vi foi em uma dessas revistas de atualidades, que na última semana rechearam suas edições falando sobre a Eloá. Em uma das matérias me deparo com o Limdemberg (até hoje não sei escrever o nome dessa criatura) sendo tratado pelo apelido de “Liso”, assim como era chamado pelos amigos do futebol, durante todo o texto. Com qual intenção isso é feito? Para criar uma aproximação do leitor com o assassino? Mostrá-lo como um cidadão normal, com detalhes normais, como qualquer um de nós? Isso é alguma forma de carinho? Pronto, ele foi humanizado. E tirar seu nome ao invés de repetí-lo, incansavelmente, diminui o impacto, só isso.
Mas vejo ainda o papel do jornalista que, apesar de consciente, está ali fazendo o seu trabalho, cumprindo o seu papel social de levar a notícia àqueles que querem saber. E fazendo-o da melhor forma possível, pois é como dizem: toda moeda tem seus dois lados.
4 comentários:
Ana, um comentário precisa ser feito. Não sei se vc ja viu Ultima Parada 174, ou Onibus 174. Respectivamente o documentario e a ficção que vc sitou, mas se viu, cometeu um serio equivoco. O que o José Padilha faz em seu documentario é um retrato fiel e imparcial de Sandro, mostrando como a condição social afeta SIM a vida de uma pessoa. Ja o que Bruno Barreto faz em seu patetico filme é usar uma tragedia pra construir uma simples historia de romance. Sugiro que veja novamente a obra de José Padilha
Então Thiago, eu assisti sim o documentário sobre o Ônibus 174 e concordo com vc quando diz que ele mostra como a condição social afeta a vida de alguém. Vemos ali que no fundo, ele teve motivos para fazer o que fez, ainda que tenha sido motivos justificáveis apenas para ele. Para a maioria das pessoas nada justifica um assassinato certo? Mas pra mim, aquilo foi humanizá-lo de uma maneira ou de outra sim.
Mas sabe de uma coisa? Verei o documentário outra vez sim, como vc sugeriu ;D
Interessante o comentário, ana, mas você pode ainda aprofundá-lo mais! Mas ficou bom, mesmo assim =]
Fiz algumas correções pontuais, como vírgulas e algumas palavras. Espero que goste.
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