quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Pequeno Dicionário Estiloso

Porque a vida é complicada, mas a moda não precisa ser

Por Roxane Teixeira

Apesar do friozinho desse início de primavera, a meteorologia promete um verão muito, mas muito quente. E para encarar as temperaturas elevadas, as mulheres contam com aliados maravilhosos: os vestidos. Nessa estação, como já para notar pelas vitrines, tudo vai ter cara de anos 70 - daí o retorno de vestidos longos e esvoaçantes e curtos com cara de bata, ótimos para o dia-a-dia debaixo de sol. Agora, o que ninguém esperava é que, no meio dessa onda neo-hippie, voltasse um ícone da sensualidade, a perfeita oposição ao conforto setentinha: o vestido bandagem.

Como o nome sugere, o vestido bandagem é totalmente colado ao corpo; é aderente e em tiras, como as faixas de uma múmia. A comparação parece grosseira, eu sei, mas é daí que saiu a peça. Criação do estilista Hervé Léger, o modelo foi concebido quando ele “mumificou” um manequim, buscando inspiração. Veio, então, a idéia de faixas elásticas, as quais encabeçariam toda a coleção – a primeira como marca própria, em 1988.

A peça foi sucesso absoluto nos anos 90 – o que, convenhamos, não foi há tanto tempo. Então, por que um retorno agora, tão descombinado de outras tendências? Bom, a resposta vem de Nova Iorque. Esse ano marcou a volta de Léger (agora integrado à grife Max Azira) à Semana de Moda nova-iorquina. Aí as celebridades começaram a usar as bandagens, e, claro, logo derivados do vestido justérrimo começaram a aparecer.

A volta do modelo tem seu lado positivo. Com a onda de paz e amor pairando sobre a moda, anda difícil pôr o estilo “mulherão” no visual. E, ao contrário do que se possa pensar, o vestido bandagem não pende para a vulgaridade, nem tem jeito de “coisa pouca”. Aliás, ele começou como um trabalho quase artesanal, com as tiras costuradas a mão – com jeito de alta-costura. Então, a volta do modelito é uma ótima, certo?

Mais ou menos... Vamos encarar a realidade: delinear cada centímetro do corpo não é uma boa pedida pra 99% das mortais. Com esse vestido, não dá para esconder as gordurinhas, e qualquer medida a mais no culote ou na barriga toma proporções dantescas. Ou seja, a menos que você tenha o corpo das celebridades – cada vez mais magras e tristes para se apertarem em um Hérve autêntico – não vale investir.

Mas isso não significa aposentar a tendência de vez. Todo mundo merece uma novidade fashion, certo? Agora, sim, certíssimo! Então, em vez de “bandar” o corpo todo, valorize o que você tem de melhor. Cintura fina e ombros estreitos? Um corselete desvia a atenção dos quadris. Pernas longas, agraciadas com a ausência de culote? “Bande” as pernas, com uma saia justa, que termine um pouco antes do joelho. Não há barriguinha que apareça. E se você estiver mais gordinha, e não se sentir a vontade para “bandar” coisa alguma, também tem jeito: um vestido solto, na altura dos joelhos, e uma faixa marcando a cintura. Como o vestido não adere ao corpo, a divisão “afina”, e some com os pneuzinhos.

Jeito de usar, sempre tem. O bonito é inventar, achar o seu jeito. Ah, e sem surtar com a moda das mulheres perfeitas, né? O legal é fazer a roupa ficar bacana no corpo, e não mudar o corpo para se enfiar em uma roupa.

Dúvidas, críticas, sugestões? O que você quer ver na coluna? Comente, ou mande e-mail para o Bola da Foca. Nós queremos saber sua opinião!
Vestido da foto: Hervé Léger. Imagem retirada do Google Imagens

2 comentários:

Anônimo disse...

Vamos encarar a realidade: delinear cada centímetro do corpo não é uma boa pedida pra 99% das mortais, tipo eu.. mas vou chegar lá um dia viu hahah

adorei roxy!!
parabéns!
bjoo

Unknown disse...

Olá Gostaria de saber onde posso encontrar bandagem pra confeccionar vestidos? Obrigada pela atenção.
Carol

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