“A única imagem totalmente verdadeira é a de um fóbico perante a sua fobia". É nessa teoria que se baseia o “falso-documentário” FilmeFobia. Originalmente, é making-of de um projeto de um documentarista (Jean-Claude Bernardet, um dos maiores estudiosos de cinema no Brasil) que explora, de forma discutivelmente sádica, os limites psicológicos dos seres humanos. Essa é a trama falsa do filme. A sua verdadeira história é tentativa em traçar a linha do real com a do ficcional. É claro que, contrapondo um fóbico com o que causa a sua fobia, a imagem seria amplamente real. Kiko Goifman, o idealizador do projeto, não trabalha apenas com fóbicos reais, mas também com atores, selecionados por meio de um estranho “detector de mentiras”, que informava o quanto de “verdade” havia na atuação deles como fóbicos. Alguns deles, de fato, são realmente portadores de fobias.
O diretor Kiko Goifman
O filme, grande vencedor do festival de Brasília do ano passado, conta com uma trilha-sonora inusitada, que foi composta na hora por Lívio Tragtenberg, utilizando os batimentos cardíacos dos próprios fóbicos para montar uma “batida diferente”. Há uma “consultoria” do mestre dos filmes de terror, Zé do Caixão, que analisa as imagens e reações dos filmes. Então, perante esse jogo macabro e quase sádico do real, do imaginário e do terror, do que você tem medo?
Um comentário:
O filme é, no mínimo, um laboratório interessante.
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