Para descontrair, uma ficção nem tão distante da realidade.
Uma sexta-feira como outra qualquer. Fernando Gonzalez, 21 anos, passava um fim de semana em Maringá, a cidade menos violenta do Brasil. Ele tinha conhecimento disso, mas não sabia o real motivo de ela ter esse título glorioso. Sabia apenas o motivo de sua viagem: visitar os amigos que conheceu em um tour com a faculdade de comunicação. Como tinha um tio alcoólatra residindo em Maringá, ele não gastou com hospedagem e alimentação, ou melhor, com bebida.
Fernando estava decidido. Faria um grande churrasco para seus colegas, afinal, não eram poucos. Perguntou ao seu tio se ainda havia carne, sal e o necessário para alimentar os convidados. Com a resposta afirmativa e a lista nas mãos, foi, então, ao mercado local. Empilhou no carrinho: duas garrafas de álcool, uma reluzente e afiada faca, carvão e sacos plásticos. Não precisou gastar com cerveja. E deu graças a Deus por isso, uma vez que ele também era um estagiário mal pago.
Fazia calor ao meio-dia, e o estudante de comunicação vestia apenas a chinelas carcomidas de seu tio, uma bermuda verde-musgo e uma camiseta preta, amassada, que havia acabado de tirar de sua compacta mala de viagem. Estava atrasado, pois tinha combinado o churrasco às 13h30. Ele queria que tudo estivesse pronto quando seus companheiros chegassem. Por essa razão, saiu apressado mantendo a barba e o cabelo bagunçado.
Ao chegar no caixa, depois de ter esperado na fila com 5 pessoas, que tinham seus carrinhos relativamente cheios, Fernando depositou em cima da esteira seus novos produtos adquiridos. Abriu a velha carteira de couro e olhou o monitor do caixa. 85 reais. Sendo que faca monopolizava 40% de sua aquisição, mas valeria a pena. Tinha que valer. Estava apreensivo por causa do horário e a caixa notou. A moça, cujo nome é Natalia Horita (sem acento), não passou os produtos, pegou uma folha, uma caneta e ordenou: “Ok, senhor, agora declare a utilidade dessa compra”. Fernando tinha ouvido, mas mesmo assim indagou: “Como...Como é, moça?”. E novamente: “Declare sua compra! Escreva o que o senhor vai fazer com o carvão, com o álcool e com a melhor e maior faca da loja!”.
O universitário ria e olhava para os lados à procura de testemunhas do surto da bonita atendente, porém desequilibrada. “Moça, vou fazer um churrasco! Por que haveria de declarar algo? Os paranaenses são conhecidos por isso!”. Natalia, então, informou-lhe a mais nova lei da cidade: quando um funcionário achava que os produtos eram, de certa forma, duvidosos em conjunto, tinha a obrigação de pedir uma declaração, que seria enviada ao seu supervisor, que, por sua vez, poderia vetar a compra. Tal lei dificultava a futura posse de cordas, facas e outros materiais perigosos, que poderiam ser usados contra alguém. Fernando ria descontroladamente, até ler em uma placa o mesmo que acabara de ouvir, apenas com o número da lei acrescentado. Lei N º 9.876/08*.
Humilhado, cedeu: “Estou comprando carvão para que este entre em combustão assim que despejar o álcool das duas garrafas, que estou levando também. Então colocarei sobre a grelha as carnes, que já estão em casa. Um pouco de sal grosso, e é só esperar. No fim da festa, usarei os sacos plásticos daqui para jogar o lixo”. Ele não sabia bem se era isso que deveria relatar, pois parecia estar dando uma receita.
Natalia, com um ar sério, leu, olhou para o rapaz e chamou pelo rádio seu supervisor. Sem trocar palavras, o supervisor tomou a folha da jovem, leu, olhou para o rapaz e disse: “Você acha que vai enganar quem com essa história? Você nem está levando carne!”. Desacreditado, Fernando Gonzalez ria. No entanto, demonstrava intenso nervosismo, não só pela situação, mas já passava das 13h. “Olha, eu só quero comprar essas coisas e fazer meu churrasco! Eu tenho carne em casa! Tô atrasado. Você quer que eu faça mais o quê?”. O supervisor assustado com o comportamento suspeito do estudante de jornalismo respondeu: “Nada, apenas saia daqui, não posso garantir que você não vá ferir alguém com esses utensílios”.
Fernando Gonzalez sentiu-se derrotado e saiu. Saiu sem sua compra. No caminho, tentou pensar no que havia feito a bela moça desconfiar de sua pessoa. Passou em frente a uma loja cuja porta era espelhada, e então achou que havia entendido. Suas vestimentas e sua apreensão contribuíram. Chegou em casa e seus amigos estavam lá, bebendo com seu tio. “Pessoal, acho melhor a gente sair pra comer e beber em algum lugar”. O jovem, nesse momento, rezou para que pelo menos a Lei Seca não tivesse entrado em vigor naquele Estado. Caso contrário, havia descoberto o porquê de Maringá ser a cidade menos violenta do Brasil.
*Número fictício
Uma sexta-feira como outra qualquer. Fernando Gonzalez, 21 anos, passava um fim de semana em Maringá, a cidade menos violenta do Brasil. Ele tinha conhecimento disso, mas não sabia o real motivo de ela ter esse título glorioso. Sabia apenas o motivo de sua viagem: visitar os amigos que conheceu em um tour com a faculdade de comunicação. Como tinha um tio alcoólatra residindo em Maringá, ele não gastou com hospedagem e alimentação, ou melhor, com bebida.
Fernando estava decidido. Faria um grande churrasco para seus colegas, afinal, não eram poucos. Perguntou ao seu tio se ainda havia carne, sal e o necessário para alimentar os convidados. Com a resposta afirmativa e a lista nas mãos, foi, então, ao mercado local. Empilhou no carrinho: duas garrafas de álcool, uma reluzente e afiada faca, carvão e sacos plásticos. Não precisou gastar com cerveja. E deu graças a Deus por isso, uma vez que ele também era um estagiário mal pago.
Fazia calor ao meio-dia, e o estudante de comunicação vestia apenas a chinelas carcomidas de seu tio, uma bermuda verde-musgo e uma camiseta preta, amassada, que havia acabado de tirar de sua compacta mala de viagem. Estava atrasado, pois tinha combinado o churrasco às 13h30. Ele queria que tudo estivesse pronto quando seus companheiros chegassem. Por essa razão, saiu apressado mantendo a barba e o cabelo bagunçado.
Ao chegar no caixa, depois de ter esperado na fila com 5 pessoas, que tinham seus carrinhos relativamente cheios, Fernando depositou em cima da esteira seus novos produtos adquiridos. Abriu a velha carteira de couro e olhou o monitor do caixa. 85 reais. Sendo que faca monopolizava 40% de sua aquisição, mas valeria a pena. Tinha que valer. Estava apreensivo por causa do horário e a caixa notou. A moça, cujo nome é Natalia Horita (sem acento), não passou os produtos, pegou uma folha, uma caneta e ordenou: “Ok, senhor, agora declare a utilidade dessa compra”. Fernando tinha ouvido, mas mesmo assim indagou: “Como...Como é, moça?”. E novamente: “Declare sua compra! Escreva o que o senhor vai fazer com o carvão, com o álcool e com a melhor e maior faca da loja!”.
O universitário ria e olhava para os lados à procura de testemunhas do surto da bonita atendente, porém desequilibrada. “Moça, vou fazer um churrasco! Por que haveria de declarar algo? Os paranaenses são conhecidos por isso!”. Natalia, então, informou-lhe a mais nova lei da cidade: quando um funcionário achava que os produtos eram, de certa forma, duvidosos em conjunto, tinha a obrigação de pedir uma declaração, que seria enviada ao seu supervisor, que, por sua vez, poderia vetar a compra. Tal lei dificultava a futura posse de cordas, facas e outros materiais perigosos, que poderiam ser usados contra alguém. Fernando ria descontroladamente, até ler em uma placa o mesmo que acabara de ouvir, apenas com o número da lei acrescentado. Lei N º 9.876/08*.
Humilhado, cedeu: “Estou comprando carvão para que este entre em combustão assim que despejar o álcool das duas garrafas, que estou levando também. Então colocarei sobre a grelha as carnes, que já estão em casa. Um pouco de sal grosso, e é só esperar. No fim da festa, usarei os sacos plásticos daqui para jogar o lixo”. Ele não sabia bem se era isso que deveria relatar, pois parecia estar dando uma receita.
Natalia, com um ar sério, leu, olhou para o rapaz e chamou pelo rádio seu supervisor. Sem trocar palavras, o supervisor tomou a folha da jovem, leu, olhou para o rapaz e disse: “Você acha que vai enganar quem com essa história? Você nem está levando carne!”. Desacreditado, Fernando Gonzalez ria. No entanto, demonstrava intenso nervosismo, não só pela situação, mas já passava das 13h. “Olha, eu só quero comprar essas coisas e fazer meu churrasco! Eu tenho carne em casa! Tô atrasado. Você quer que eu faça mais o quê?”. O supervisor assustado com o comportamento suspeito do estudante de jornalismo respondeu: “Nada, apenas saia daqui, não posso garantir que você não vá ferir alguém com esses utensílios”.
Fernando Gonzalez sentiu-se derrotado e saiu. Saiu sem sua compra. No caminho, tentou pensar no que havia feito a bela moça desconfiar de sua pessoa. Passou em frente a uma loja cuja porta era espelhada, e então achou que havia entendido. Suas vestimentas e sua apreensão contribuíram. Chegou em casa e seus amigos estavam lá, bebendo com seu tio. “Pessoal, acho melhor a gente sair pra comer e beber em algum lugar”. O jovem, nesse momento, rezou para que pelo menos a Lei Seca não tivesse entrado em vigor naquele Estado. Caso contrário, havia descoberto o porquê de Maringá ser a cidade menos violenta do Brasil.
*Número fictício
15 comentários:
Eis a nossa Má-ringá.
Abraço
Você conhece a cidade ??? Me desculpe mais com um texto desse nipe nem parece estudante de comunicação social.
Nossa! Voce esta por fora... Maringa eh sim MUITO violenta... esse titulo de cidade mais seguro alem de ter sido comprado pelo atual ladrao, desculpe..., prefeito Silvio Barros ja tem algum tempo. Conheca a cidade... alem de um povo falso e futil vera que de segura a cidade nao tem nada!!
vixi rapaz, sou estudante de comunicação aqui em Maringá. Se voce andar a pé nessa cidade é um verdadeiro convite a ser assaltado. Isso ocorreu desde que o prefeito resolveu sair gritando que era a cidade mais segura do país. Hoje falta de segurança é a frase que domina o local.
Na verdade a cidade não é violenta como as outras do nosso país.. mais não pode bobear... o prefeito nao tem nada a ver... na verdade, é o governo que tem que melhorar a segurança pública nas cidades, haja vista que, constitucionalmente, é dever do estado garantir a segurança à população... abraços... e está convidado a conhecer melhor nossa querida cidade....
Moça cê me desculpa viu mas Maringá é uma cidade muito violenta, no meu bairro onde moro esta semana tentaram matar um Policial,é muito trafico de drogas e o Prefeito que é candidato a reeleição,não fez nada para melhorar a segurança, e ainda foi cassado e tem mais de 11 processos,na justiça,da uma pesquisada na net que você vai ver como a violência é grande em Maringá um abraço
pessoal não saca mesmo o que é jornalismo Gonzo de verdade, não é?
Muito boa Bruna. Não esperava. Ironia por toda parte, história simples e engraçada, brincadeira com nosso colega foca!
Beijão!
Cuidado comigo.
Nossa, virou discussão política...
cuidado pessoal, com esse clima tenso dos comentarios, a qualquer momento alguem pode por em pratica o churrasco!
hahah.. brincadeira.. nem conheço voces.. mas gostei da historia, é divertida. parabéns.
Bjos
Best collection of New year Quotes 2019 for lovers.
thanks for the information. i found your blog interesting.
Nice thoughts with great helping content. I have also been seeking such thoughfull content to learn and appy in the life. We have also created such type of content on our site. You can refer out site for more ideas.
Happy New Year 2019 Wishes Messages Sms in Bengali
Merry Christmas 2018 SMS, Wishes, Messages, Greetings in Bengali
Merry Christmas 2018 Wishes Messages in Marathi,funny christmas text sms
Download Images for happyvalentinesday14.com
Nice thoughts with great helping content.
Sketch Maker new version 2019
Postar um comentário