O heavy metal no Brasil, infelizmente, ainda é dominado pelo idioma inglês em suas letras (claro que há exceções, como o Sepultura, por exemplo). Prestigiando novamente nossa língua, a banda porto-alegrense NU faz um som decadente que não perde nada do seu peso com a língua portuguesa. Em apenas três músicas – Canto, Noite Outonal e Kritestein –, que serão lançadas em uma coletânea do selo UGK, o grupo mistura lirismo e distorção de seus dois vocais com um instrumental rico.Nas primeiras audições, não tem como não relacionar o grupo gaúcho aos norte-americanos do Type O Negative, com músicas que, naturalmente, transmitem melancolia e peso em suas letras. Entretando, NU tem partes de suas guitarras, especialmente na música Canto, que lembram até o Metallica em sua fase mais thrash, além de um teclado e uma bateria que fazem uma atmosfera de um Joy Division.
Os rapazes fizeram apenas 5 shows, mas mostram originalidade em um estilo que normalmente é tachado de repetitivo. Kritestein, por exemplo, é uma música que, embora tenha uma letra mais “simples” em relação às outras duas faixas, tem duas guitarras com riffs simples e distorcidos que agradam qualquer fã de rock.
Noite Outonal lembra muito Black Sabbath em plenos anos 1970, acompanhados de um teclado que simula órgão. A combinação se mostra excelente na música, especialmente com um vocal masculino pesado e o lirismo feminino em oposição.
Com essas demonstrações, dá pra esperar que a banda continue com composições nessa linha, que por si mesma é original. Falta, evidentemente, uma mixagem profissional de suas músicas, para dar ênfase aos instrumentos que ficaram abafados em determinadas partes.
NU é formado por Juliano (vocal e guitarra), Eva (vocal lírico), Rafael (guitarra), Samuel (teclados e guitarra) e Daniel (bateria).
Para conhecer mais sobre a banda, visite o myspace deles.
Agradecimentos ao Rafael, que me enviou as músicas.
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