terça-feira, 22 de julho de 2008

Querer saltar

Eu quero, tu queres, ele quer. A verdade é que todos nós queremos alguma coisa, muitas vezes apenas pelo prazer da conquista. Queremos contos e poesias em um mundo em que as crônicas se tornam cada vez mais realistas, mostrando um lado que os sonhadores não desejam ver.

Fernando Pessoa diz que ‘quem quer nunca há de poder, porque se perde em querer’. Para o escritor português, você passa a querer algo apenas depois de consegui-lo, pois o desejo anterior à realização pode arruinar o alcance. Suas palavras não poderiam ser mais verdadeiras, ilustrando perfeitamente os limites pessoais de cada um.

Não temos a mínima noção de nossas limitações. Perseguimos o caro, o bonito, o chamativo e muitas vezes o inalcançável. Queremos demais, nos contentamos de menos e vivemos infelizes, sempre em busca de um bônus que nunca chega. Paradoxos a parte, querer não é de todo mal. O desejo passa a ser benéfico a partir do momento em que surge aliado à perseverança e a real possibilidade de realização. Nada contra os sonhos, mas acreditar em uma vida de fábulas não passa de utopia.

Na realidade o querer vem cercado de barreiras, e estas podem ser de difícil ultrapassagem. Podemos utilizar alavancas, mas elas não estarão presentes em todos os momentos. O impulso que recebemos do solo será o mais importante, e é nele que devemos nos apoiar para conseguir o salto que tanto almejamos.

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

"Matei a princesa achando que era o dragão", hahahahahahaha.

Piadinhas à parte, imaginar é suporte para o atuar. Atuar significa sempre imaginar. O suposto "realismo" não passa de uma descrença estúpida, uma inutilização da massa cefálica, seja no racional, seja nos devaneios mais bizarros.

Bom levantamento de assuntos, Mônica!

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