quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Conexión Chile III - Então é Natal

Primeiramente, em nome de toda a editoria do Bola, queria desejar um Feliz Natal a todos vocês! O ano está oficialmente acabando. E eu aqui, em Santiago, aproveitando meu último dia.

Ontem o calor definitivamente se superou. Saímos do hotel de manhã e fomos (de metrô, porque nem estava assando) até o Palácio de la Moneda. Ao sair da estaçao percebi que nem tudo estava perdido: finalmente uma árvore de natal! No meio da avenida que - milagrosamente - estava enfeitada. Para ser sincera, a gente não tinha a mínima idéia do que íamos fazer ali, no sabíamos se ia dar para entrar ou qualquer outra coisa. O Palácio é muito bonito, tem troca de guarda e tudo - coisa que, infelizmente, não tive a chance de ver. Acidentalmente vimos um banner que dizia que tinha uma exposição ali mesmo, embaixo do prédio. De quem? De nossos queridos colegas latino-americanos Frida Kahlo e Diego Rivera. E o melhor de tudo: era de graça.

Devo admitir, com muita vergonha, que não vi o filme de Frida e o que sabia sobre sua vida era sobre sua feiúra e da atuação de Salma Hayek e Diego Luna nas telas. Ou seja, nada. O andar da exposição era grande, amplo. Num extremo estava a de Frida e, no outro, de Diego. No meio tinha uns artefatos artesanais da época e, um pouco mais escondida, a sessão de audiovisual, com 5 televisores passando documentarios e entrevistas sobre os artistas.

A parte de Frida era a mais legal, metade ocupada com roupas suas. Diego dizia que ela mesma representava o país com sua vestimenta, fotos, cartas e, claro, obras. Se teve uma pessoa que teve azar nessa vida foi ela. Acidentes, doenças, cirurgias.... foi triste. Seu estilo único e eclético foi, às vezes, um pouco 'alternativo' demais para o meu gosto. Mas que a mulher tinha o talento, isso sem dúvida - e muito. Se eu tentasse desenhar uma mão, podia passar anos arrumando, que não ia chegar nem perto da que ela desenhou.

O salão de Rivera tinha as mesmas coisas que o de sua ex-atual-ex mulher (sim, a conturbada relação dos dois foi exposta.... não que fosse algum segredo, mas enfim), só que no lugar das roupas estavam mais quadros. Simpatizei bem mais com a arte de Diego, mas pareceu-me um pouco mais "fácil" do que a de Frida, se é que se pode dizer assim. Acontece que a arte de Kahlo é meio louca, desvairada. Ela pinta o que sente e pronto, não se importa com o que os outros vão achar. Já Rivera usa mais as linhas, desenha realmente. Sem tirar o mérito dele, longe de mim, mas foi essa a impressão que me deu.

Ali no Museu de la Moneda (onde está a exposição) tem uma lojinha de artesanato e coisa e tal. Entramos para conhecer um pouco mais da cultura e, para a minha surpresa, outra árvore de natal. Essa foi demais para o meu coraçãozinho. Duas árvores em um dia! Claro que era bem menor, mas mesmo assim, a energia do feriado esperado do ano prevaleceu (meio brega, eu sei, mas eu adoro o Natal).

Saindo de lá pegamos o metrô, um ônibus (novamente, agradeçam pelo que vocês têm, porque é abafado e tem poucos lugares para sentar. Prós: não existe catraca, as pessoas são civilizadas o bastante para não precisarem dela) e fomos para o Shopping de las Condes passear e procurar o raio do tenis que eu quero comprar e não acho em lugar nenhum. Aí o espírito tomou conta de mim. O mall (como dizem aqui) estava todo decorado, tinha o tal Papai Noel e suas renas e só tocava músicas natalinas. Minha alma foi renovada.

No caminho da volta para o hotel compramos as tão faladas empanadas que, sim, são deliciosas, muffins e cocas. A ceia foi no quarto mesmo, comendo na cama, cada uma com a sua garrafa e seu livro, só eu e minha mãe. Não foi nada do outro mundo, mas o que vale é a companhia, não é mesmo?

Enfim, hoje é o meu último dia aqui em Santiago e agora começa a verdadeira aventura: às 21h pegamos um ônibus até Puerto Varas, a cidade mais ao sul que veremos do Chile. Então, vai ser uma confusão, pois até o dia 31 vamos ver uma cidade por dia, subindo até Santiago novamente. Não temos hospedagem reservada ou um itinerario pronto. Nada melhor do que um bom improviso. Depois de toda essa correria dia 1 de janeiro temos que estar aqui de volta, para pegar o avião e só 4h de viagem me separaram dos solos paulistanos. Não postarei fotos agora porque já está tudo guardado (o check out deve ser feito até 12h).

Bom, como eu nãao sei nem onde eu vou dormir amanhã, não tenho como garantir que conseguirei postar até o fim da viagem. Então essa é a minha deixa oficial. Deus abençõe a internet grátis, pois só assim eu consigo escrever.

Para quaisquer efeitos, desejo um Feliz Ano Novo a todos.

¡Saludos!









"Dame ilusión, esperanza, ganas de vivir y no me olvides...." - Frida Kahlo





“Bebía porque quería ahogar mis penas, pero las malvadas aprendieron a nadar.” - Frida Kahlo

2 comentários:

Fê Meirelles disse...

Ah, que foda! Tô adorando esse seu díário de viagem!

Sinto sua falta!

Pedro Zambarda disse...

Parabéns pelo relato e eu sinceramente desejo que você faça uma boa viagem até dia 1o

Beijão!

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