terça-feira, 22 de setembro de 2009

De lamber o focinho

Inspirada em ideia italiana, padaria canina faz sucesso com os seus doces para cães e seus humanos

Por Ana Júlia Castilho e Mariana Bruno - Reportagem Relâmpago (feita em um dia)


Em um casarão verde da Avenida Lacerda Franco, no bairro do Ipiranga, funciona há sete anos o The Dog Bakery, um complexo composto por uma clínica veterinária, uma pet shop, e a primeira padaria para cães e gatos do Brasil. Baseado nos moldes da empresa Three Dogs Bakery, que tem a sua sede em Milão, na Itália, o brasileiro Rodrigo Justino da Silva aperfeiçoou a ideia original para conquistar os paladares dos animais domésticos brasileiros, a sua fiel clientela, e seus donos.

No cardápio diversificado da padaria, biscoitos de cerca de 15 sabores, como mel, frango, carne, banana, hortelã, e queijo, dividem prateleiras com sonhos, rosquinhas de “chocolate”, bolos, e pavês, tudo feito especialmente para animais domésticos. “Nós, humanos, podemos ter padarias e lugares de onde comprar os nossos alimentos, por que os animais não podem?”, questiona o proprietário.

Livres de açúcar, sal, conservantes ou qualquer outro ingrediente que possa fazer mal para os animais, os produtos acabam sendo totalmente naturais. “Nunca tivemos nenhum tipo de reação alérgica nos nossos consumidores”, assegura Rodrigo, que é dono de cinco cachorros, sendo que três deles são vira-latas.

Os doces são feitos para animais, mas quem quiser brincar de Salsicha, personagem no desenho animado americano Scooby-Doo que saboreava biscoitos caninos junto com o seu amigo de quatro patas, pode provar dos quitutes que dão toda fama a padaria. “Muitos clientes provam dos nossos produtos enquanto esperam os seus animais terminarem o banho e a tosa”, comenta.

Um destaque é a fabricação do ‘chocolate canino’ que, segundo o proprietário do local, tem o gosto muito semelhante ao nosso ‘chocolate para humanos’, mas não é feito com cacau. Essa preocupação é apenas um exemplo de que todos os alimentos são produzidos para não afetar de maneira nenhuma a saúde dos animais e de seus donos. “O bolo de chocolate é o produto mais diferente e faz muito sucesso entre donos e bichinhos em épocas especiais”, afirma.

Os quitutes variam entre um e 55 reais, e o produto que mais faz sucesso é o donut coberto de chocolate canino, que custa quatro reais a unidade. Mas, para um dos cachorros de Rodrigo, o carro chefe da padaria é outro. “Ele está tomando banho agora, mas na hora que ele sair eu tenho que passar rápido pelos pães de queijo, senão ele fica alucinado”, conta o dono do complexo.
Cães e gatos são os alvos da empreitada, mas os cachorros claramente freqüentam mais a The Dog Bakery. Os caninos são clientes cativos do pet shop já que, com freqüência, são tosados e tomam banho fora da casa. Na loja é visível o convite a esse “público-alvo”.

A preferência pelos cães é aparente no fato de que são dedicados 99% dos produtos vendidos ali. Desde os artefatos básicos para a criação de um cachorrinho, como coleiras, almofadas, camas, comedouros e brinquedos, até lenços umedecidos, fraldas descartáveis, remédios, shampoo e perfume são vendidos em todos os tipos de modelos e preços. “Os gatos não freqüentam muito pet shops, porque tomam banho sozinhos, mas de vez em quando aparece um para tosar”, explica. “Sempre tenho alguns biscoitinhos de atum ou alguns docinhos para gatos, mas, geralmente, vendo poucos”, comenta o criador.

Com tanta variedade de produtos, e até bolo de festa, o que o dono de uma padaria para cães pensa das pessoas que tratam os animais como humanos? “Acho que isso é uma forma de curar uma carência”, responde. “As pessoas não se casam hoje em dia, se juntam. Não têm filhos, têm cachorros. E acabam por criar esse animalzinho como uma criancinha. Mas há exageros.”

Segundo o proprietário, o público que mais freqüenta o complexo pertence às classes A e B. Rodrigo também estima que durante um mês, o The Dog Bakery recebe em média 1.500 clientes. Graças a mais essa inovação culinária, animais e seus humanos podem ser harmoniosos em mais um aspecto: a vida natureba, mas apetitosa.

2 comentários:

Ana Castilho disse...

achei um assunto super gostoso.
mas, com gosto de alpiste.

Pedro Zambarda disse...

Jornalista que é jornalista come até ração pra mostrar pros leitores ;D

Parabéns!

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