sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Maurren "Ouro" Maggi

Um enorme centímetro fez a diferença à favor de Maurren Higa Maggi, uma mísera unidade de medida que a consagrou definitivamente. A brasileira superou a marca do sete metros, saltando 7,04; um centímetro a mais da russa Tatiana Lebedeva, o que garantiu o ouro inédito para uma mulher no esporte indivdual.

Superação é a palavra que resume a trajetória de Maurren até o ouro. A atleta surgiu em 1999, quando conquistou o ouro no Pan-Americano de Winnipeg. No ano seguinte, ela participou da sua primeira Olimpíada, mas uma contratura muscular na perna direita logo nas eliminatórias encerrou a participação da saltadora. Após a decepção em Sydney, veio a redenção na Copa do Mundo de Atletismo, em 2002, quando ela conquistou a prata.
Em ascensão, a atleta recebeu a pior notícia da vida em 2003. Maurren foi pega no dopping às vésperas do Pan de Santo Domingo, o exame acusou a presença de clostebol. O esteróide, originado a partir da aplicação de uma pomada em uma sessão de depilação, deu positivo e o COI puniu-a por dois anos. Passado o período de suspensão, a atleta continuou sem atuar, pois deu a luz a pequena Sofia, fruto de seu relacionamento com o piloto Antonio Pizzonia. O casamento acabou com o tempo, o que culminou com a volta as pistas.

O retorno de Maurren no cenário internacional ocorreu em 2007, quando a saltadora venceu o Pan-Americano do Rio de Janeiro, além de figurar entre as melhores no Mundial de Osaka. O meteoro chamado Maurren Higa Maggi estava de volta, e após o vice-campeonato no mundial de Valência, veio a vitória olímpica tão merecida e tão batalhada por ela.


O ninho que consagrou Maggi viu Usain Bolt brilhar novamente. O jamaicano – acompanhado por Asafa Powell, Michael Frater e Nesta Carter – venceu o revezamento 4x100 livre e de quebra derrubou mais um recorde mundial. Com a marca, Bolt torna-se o primeiro atleta a bater três recordes mundiais em uma única edição olímpica, o tempo final do time caribenho foi de 37s10, quase um segundo abaixo do quarteto de Trinidad e Tobago, segundos colocados na prova. O Brasil quase subiu ao pódio, o time formado por José Carlos Moreira, Bruno Lins, Vicente Lenílson e Sandro Viana terminou a prova no quarto lugar, atrás do combinado japonês que pendurou o bronze no peito.

O vôlei teve um dia movimentado, em que o Brasil foi protagonista. Na praia dominamos o pódio, mas não levamos o ouro. Ricardo e Emanuel venceram com facilidade os brasileiros-georgianos Jorge e Renatão, vulgos Geor e Gia. Em trinta e seis minutos os campeões olímpicos de Atenas conquistaram o bronze, 2 sets a 0, parciais de 21/15 e 21/10.

Na final, a outra dupla brasileira sofreu uma esperada derrota. Márcio e Fábio Luiz perderam para Rogers e Dalhausser, dos Estados Unidos. Após abrirem 6 a 1 no primeiro set, os brasileiros sofreram a virada, devido ao forte bloqueio de Dalhausser e inteligência e habilidade de Rogers. Porém nossa dupla também tem seu grande valor, com uma atuação irretocável de Márcio voltamos ao jogo, a dupla saiu de um 13 a 10 contra para vencer a segunda parcial por 21 a 17. O jogo parecia ter mudado de rumo, mas o gigante Dalhausser não permitiu. No alto dos seus 2,06 metros, o norte-americano parou Fábio Luiz por nada mais, nada menos, do que 7 vezes, acarretando um largo 8 a 1 no início do tié-break. A vantagem astronômica acabou com a confiança dos brasileiros, então a experiente dupla norte-americana massacarou no fim. O ponto final só poderia ter acontecido de uma forma, bloqueio de Dalhausser em Fábio Luiz, 15 a 4 no placar e mais um ouro para os Estados Unidos, que dominaram as areias de Pequim.

Na quadra tivemos o clássico contra a Itália, válido pela semifinal olímpica. Um susto no primeiro set com recuperação de campeão nos outros três, esse foi o resumo do confronto. A irregularidade do Brasil apareceu na primeira parcial, a recepção não alimentava o trabalho de Marcelinho e desperdiçávamos contra-ataques, a Itália aproveitando-se dos nossos erros fechou com um 21 a 19. Bernardinho alterou o time substituindo o ponta Dante – com atuação apagada – pelo regular Murilo. E o irmão do meio-de-rede Gustavo fez bonito, entrou muito bem e melhorou o aproveitamento da seleção. O resultado veio rápido com a vitória no segundo set, 25 a 18.

A terceira parcial mostrou um grande equilíbrio, mas o Brasil mostrou o porque que é considerada a melhor equipe do mundo, nos momentos decisivos os jogadores chave apareceram (Giba e André Nascimento) e o placar de 25 a 21 sacramentou a virada. No último set nossos jogadores mantiveram o ritmo, e coube à Murilo matar os italianos, 25 a 22 e vaga na final. Enfrentaremos os Estados Unidos, nosso carma nos últimos jogos. O vencedor se igualará a antiga URSS, com o três ouros em Olimpíadas.

O gosto de decepção não foi afastado, mas a Seleção Brasileira Masculina de Futebol, em seu melhor jogo, venceu a Bélgica por 3 a 0 e conquistou o bronze. O Brasil impôs um ritmo forte na primeira etapa, abrindo o placar com Diego aos 27 minutos e aumentando a vantagem com , nos acréscimos. No segundo tempo a seleção segurou o jogo e pouco atacou, entretanto sacramentou o 3 a 0 nos acréscimos, mais uma vez Jô foi o marcador, o ex-corintiano atuou como titular pela primeira vez nos jogos e destacou-se dos demais. A final será disputada entre Argentina e Nigéria, repetindo a decisão de Atlanta, 1996

Principais Resultados:
Atletismo
Salto em distância – feminino
1 - Maurren Higa Maggi (BRA) - 7.04
2 - Tatyana Lebedeva (RUS) - 7.03

3 - Blessing Okagbare (NIG) - 6.91

Salto com vara – masculino
1 - Steve Hooker (AUS) - 5.96 (OR)

2 - Evgeny Lukyanenko (RUS) - 5.85

3 - Denys Yurchenko (UCR) - 5.70

5.000 metros – feminino
1 - Tirunesh Dibaba (ETI) - 15m41s40

2 - Elvan Abeylegesse (TUR) - 15m42s74

3 - Meseret Defar (ETI) - 15m44s12

4x100 metros - feminino
1 - Rússia - 42s31

2 - Bélgica - 42s54

3 - Nigéria - 43s04

Decatlo
1 - Bryan Clay (EUA) - 8791

2 - Andrei Krauchanka (BLR) - 8551

3 - Leonel Suárez (CUB) – 8527

4x100 metros – masculino

1 - Jamaica - 37s10 (OR)
2 - Trinidad e Tobago - 38s06

3 - Japão - 38s15

Vôlei de praia – masculino
Disputa do Bronze

Ricardo e Emanuel (BRA) 2 x 0 Geor e Gia (GEO) - 21/15 e 21/10
Final
Rogers e Dalhausser (EUA) 2 x 1 Márcio e Fábio Luiz (BRA) - 23/21, 17/21 e 15/4

Vôlei masculino
Semifinais

Estados Unidos 3 x 2 Rússia - 25/22, 25/21, 25/27, 22/25 e 15/13
Brasil 3 x 1 Itália - 19/25, 25/18, 25/21 e 25/22

Basquete masculino
Semifinais
Espanha 91 x 86 Lituânia
Estados Unidos 101 x 81 Argentina

Handebol masculino
Semifinais

França 25 x 23 Croácia
Islândia 36 x 30 Espanha

Pólo-Aquático masculino
Semifinais
Hungria 11 x 9 Montenegro
Estados Unidos 10 x 5 Sérvia

Futebol Masculino
Disputa do Bronze
Brasil 3 x 0 Bélgica

Pentatlo moderno – feminino
1 - Lena Schöneborn (ALE) - 5792

2 - Heather Fell (GBR) - 5752

3 - Victoria Tereshuk (UCR) – 5672

Hóquei sobre a grama – feminino
Final

Holanda 2 x 0 China
Bronze – Argentina

Tênis de mesa individual – feminino
Final
Zhang Yning (CHN) 4 x 1 Wang Nan (CHN) – 8/11, 13/11, 11/8, 11/8 e 11/3

Bronze - Guo Yue (CHN)

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