O recorde de Mark Spitz que parecia impossível de ser superado, sucumbiu ao talento de um certo americano, chamado Michael Phelps. O fenômeno das piscinas ajudou seus compatriotas a conquistar o ouro, na prova do revezamento 4x100 medley. Phelps reverteu a situação que tenderia a ficar complicada, nadou muito, colocando os americanos na frente.
Em seguida, fechando o revezamento, Jason Lezak cumpriu novamente seu papel (Lezak foi o herói do revezamento 4x100 livre ao duelar com Alain Bernard), e somou mais uma medalha de ouro para os Estados Unidos, além de consagrar este excepcional nadador americano, de 23 anos, com o nome do melhor jogador de basquete da história, e agora, o sobrenome mais valorizado da história olímpica, com 8 ouros nos Jogos de Pequim, e 14 no total.
Phelps também igualou Spitz no número de recordes mundiais em uma única edição olímpica, no total foram sete quebras, apenas falhando, nos 100m borboleta, na qual venceu por um centésimo, deixando o sérvio Cavic para trás. As marcas do nadador são impressionantes, sua versatilidade é monstruosa, e o seu reinado severa continuar daqui para frente. Phelps venceu em Pequim os: 100m e 200m borboleta, 200m livre, 200m e 400m medley e nos revezamentos 4x200m livre, 4x100m livre e 4x100m medley.
Outra yankee que orgulhou seu país foi a veteraníssima Dara Torres. Quarenta e um anos nas costas, mãe de família, e pela quinta olimpíada consecutiva medalhista. Na prova que consagrou Cielo, a nadadora ficou com a medalha de prata, e a certeza de que seu nome também está entre os grandes na história, final subir no pódio em cinco olimpíadas não é tarefa das mais fáceis.
A surpresa ficou por conta do tunisiano Oussama Mellouli, vencedor dos 1500 metros nado livre, e o algoz de Grant Hackett, impedindo que o australiano conquistasse o tri-campeonato olímpico. Conclusão: o Cubo d’Água é mágico, nunca tantas marcas foram derrubadas, a natação evoluiu demais nos últimos tempos, infelizmente nosso país não acompanhou o ritmo. A evolução talvez, esteja em nadar fora, aumentar o investimento, para quem sabe, surgir novos César Cielo.
Partindo para o Ginásio Nacional, tivemos um dia de decepção na ginástica artística, principalmente com
Diego Hypolito. O ginasta, primeiro classificado nas elimina
tórias, era declarado favorito à conquista do solo. Tudo favorecia Diego, sua nota de partida era mais alta, sua apresentação comovia os juizes, era só não errar que o ouro iria para o seu peito. O irmão de Daniele iniciou muito bem a apresentação, cravando o duplo twist carpado – porém não realizou a última pirueta, que caracterizava o salto hypolito -, apenas com um pequeno erro no exercício de força; mas nada que assustasse, o ouro se aproximava. Mas no último salto, o derradeiro movimento de sua série dourada, o brasileiro caiu; uma infelicidade, um pecado; ali Diego perdia qualquer chance de medalha. Restou-lhe pedir desculpas, em uma cena emocionante e extremamente triste.
Entre as mulheres, Daiane dos Santos repetiu não só o tão consagrado brasileirinho na final, mas também os erros que lhe custaram a medalha em Atenas, tiraram-na do pódio mais uma vez. Ao pisar duas vezes para fora do tablado, a ginasta minou suas chances de pódio. Pesando à favor de Daiane, vale lembrar que ela chegou desacreditada em Pequim, e em talvez sua última olimpíada, despede-se de forma honrosa.
A nossa nova esperança – e realidade – chama-se Jade Barbosa, e na final do salto ela conseguiu um sétimo lugar, após errar suas duas tentativas. Em sua primeira olimpíada, a brasileira mostrou amadurecimento, deixando uma grande expectativa para o futuro da ginástica nacional. Mas a participação final da ginástica deixa-nos um gosto amargo, pois nossos atletas poderiam ter ido melhor.
Nos esportes coletivos, o dia foi de altos e baixos, com eliminações, mas também grandes vitórias. O
basquete feminino despediu-se com vitória em Pequim. O placar de 68 a 53 confirmou a primeira vitória das meninas, o que resultou na pior participação olímpica do basquete feminino. Com apenas um triunfo, a equipe de Paulo Bassul terminou na décima colocação, apenas na frente de Mali e Nova Zelândia. Nosso basquete está se encaminhando ao fundo do poço, já ocupado pelos homens, e agora depois dessa participação, encontrado pelas mulheres. Que pecado com Hortência, Paula, Oscar, Wlamir Marques e Marcel.
No vôlei de quadra, as
meninas do Brasil arrasaram a seleção da Itália, com Agüero e tudo! A vitória por
3 sets a 0, parciais de 25/16, 25/22 e 25/17, confirmou a seleção feminina como líder do Grupo A, além de reafirmar a força e superação dessas meninas, tão criticadas após Atenas. O Brasil enfrentará o Japão, quarto colocado do outro grupo, pelas quartas-de-final. Agora é matar ou morrer! Quem perder volta para casa.
Falando em volta, Ana Paula e Larissa retornarão ao Brasil mais cedo do que imaginavam. Culpa das americanas, campeãs olímpicas, Walsh e May. A melhor dupla do mundo não deu chances as brasileiras, e venceram com relativa tranqüilidade. O placar de 2 a 0, parciais de 21/18 e 21/15, mostra que será praticamente impossível bate-las. Vale lembrar, que Ana Paula substituiu a até então parceira de Larissa, Juliana; cortada das Olimpíadas por lesão.
Mas tivemos alegria na praia, Renata e Talita avançaram às semifinais ao derrotarem Barnett e Cook, da Austrália. Um primeiro set extremamente equilibrado, em que as brasileiras venceram no detalhe; o segundo um show. O placar final de 2 a 0 (24/22 e 21/14) credenciam-nas a conquista de medalha, porém agora elas terão a oportunidade de vingar suas compatriotas, Walsh e May vêm aí. Renata e Talita estariam preparadas para derrotá-las? Torceremos, e muito.
Desperdiçamos a chance de classificação no handebol feminino. A derrota para a seleção da Suécia, um time sem expressão no cenário internacional, eliminou o Brasil dos jogos. O placar final de 25 a 22 causa-nos uma sensação de frustração, pelas atuações e a vitória épica frente a Coréia, esse time merecia – e deveria – garantir a classificação. Agora resta preparar o esporte mais tradicional nas escolas brasileiras para mais um ciclo olímpico, quando tentaremos novamente jogar em um mesmo nível que os europeus.
No centro de tênis tivemos decisões. Entre os homens, Rafael Nadal confirmou o seu favoritismo, conquistando o ouro ao bater o chileno Fernando Gonzalez em sets diretos, parciais de 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3. O espanhol assumirá o topo dor ranking mundial da melhor forma, com o ouro no peito! Nas duplas, Roger Federer (ex-número um) e Stanislas Wawrinka subiram no lugar mais alto do pódio, apagando um pouco o vexame de Federer.
Entre as mulheres domínio russo, as três medalhas ficaram nas mãos de tenistas desse país, melhor para Elena Dementieva. A atual número 7 do mundo bateu Dinara Safina, irmã de Marat Safin, por 2 sets a 1, parciais de 3/6, 7/5 e 6/3. Enquanto isso, nas duplas, as irmãs Williams levaram o bi-campeonato olímpico, atropelando as espanholas, Anabel M.Garrigues e V. Ruano Pascual, em um fácil 2 a 0 (6/2 e 6/0). A primeira conquista das americanas havia sido em Sydney, 2000.
Principais resultados:
Atletismo
Maratona feminina
1 - Constantina Tomescu (ROM) - 2h26m44
2 - Catherine Ndereba (QUE) - 2m27s06
3 - Zhou Chunxiu (CHI) - 2m27s07
Lançamento de martelo – masculino
1 - Primoz Kozmus (ESL) - 82.02
2 - Vadim Devyatovskiy (BLR) - 81.61
3 - Ivan Tsikhan (BLR) - 81.51
3.000 metros com obstáculos – feminino
1 - Gulnara Galkina-Samitova (RUS) - 8m58s81 (WR)
2 - Eunice Jepkorir (QUE) - 9m07s41
3 - Ekaterina Volkova (RUS) - 9m07s64
Salto triplo – feminino
1 - Françoise Mbango Etone (CAM) - 15.39 (RO)
2 - Tatyana Lebedeva (RUS) - 15.32
3 - Hrysopiyi Devetzi (GRE) - 15.23
100m rasos – feminino
1º Shelly-Ann Fraser (JAM) - 10s78
2º Sherone Simpson (JAM) - 10s98
2º Kerron Stewart (JAM) - 10s98
10.000 metros – masculino
1 - Kenenisa Bekele (ETI) - 27m01s17 (RO)
2 - Sileshi Sihine (ETI) - 27m02s77
3 - Micah Kogo (QUE) - 27m04s11
Basquete feminino
Grupo A
Austrália 75 x 55 Rússia
Coréia do Sul 72 x 68 Letônia
Brasil 68 x 53 Bielorrússia
Grupo B
Espanha 79 x 47 Mali
China 79 x 63 República Tcheca
Estados Unidos 96 x 60 Nova Zelândia
Handebol feminino
Grupo A
Angola 24 x 24 Cazaquistão
Noruega 24 x 23 Romênia
China 21 x 18 França
Grupo B
Suécia 25 x 22 Brasil
Rússia 30 x 29 Alemanha
Coréia do Sul 33 x 22 Hungria
Vôlei feminino
Grupo A
Brasil 3 x 0 Itália - 25/16, 25/22 e 25/17
China 3 x 0 Japão - 26/24, 25/16 e 25/14
Rússia 3 x 0 Sérvia - 25/21, 25/16 e 25/20
Grupo B
Cazaquistão 3 x 1 Argélia - 25/18, 25/20, 17/25 e 25/16
Cuba 3 x 0 Venezuela - 25/20, 25/20 e 25/19
Estados Unidos 3 x 2 Polônia - 18/25, 25/21, 19/25, 25/19 e 15/13
Vôlei de praia – feminino
Quartas-de-final
Walsh e May (EUA) 2 x 0 Larissa e Ana Paula - 21/18 e 21/15
Tian Jia e Wang (CHN) 2 x 0 D.Schwaiger e S.Schwaiger (AUT) - 21/12 e 21/12
Xue e Zhang Xi (CHN) 2 x 0 Branagh e Youngs (EUA) - 21/17 e 21/13
Renata e Talita (BRA) 2 x 0 Barnett e Cook (AUS) - 24/22 e 21/14
Natação
50m livre – feminino
Resultado final:
1) Britta Steffen (ALE) 24s06 (RO)
2) Dara Torres (EUA) 24s07
3) Cate Campbell (AUS) 24s17
4) Lisbeth Trickett (AUS) 24s25
5) Marleen Veldhuis (HOL) 24s26
6) Kara-Lynn Joyce (EUA) 24s63
7) Hinkelien Schreuder (HOL) 24s65
8) Aleksandra Gerasimenya (BIE) 24s77
1500m livre – masculino
Resultado final:
1 - Oussama Mellouli (TUN) – 14min40s84
2 - Grant Hackett (AUS) – 14min41s53
3 - Ryan Cochrane (CAN) – 14min42s69
4 - Yurily Prilukov (RUS) – 14min43s21
5 - Larsen Jensen (EUA) – 14min48s16
6 - David Davies (GBR) – 14min52s11
7 - Lin Zhang (CHN) – 14min55s20
8 - Yang Sun (CHN) – 15min05s12
4x100 medley – feminino
Resultado final:
1- Austrália - 3m52s69
2- Estados Unidos – 3m53s30
3- China – 3m56s11
4- Grã-Bretanha – 3m57s50
5- Rússia – 3m57s84
6- Japão – 3m59s54
7- Canadá – 4m01s35
8- Suécia – dsq.
4x100 medley – masculino
Resultado final:
1- Estados Unidos - 3m29s34
2- Austrália - 3m30s04
3- Japão - 3m31s18
4- Rússia - 3m31s92
5- Nova Zelândia - 3m33s39
6- Grã-Bretanha - 3m33s69
7- África do Sul - 3m33s70
Tênis feminino
Disputa do bronze
Vera Zvonareva (RUS) 2 x 0 Li Na (CHN) - 6/0 e 7/5
Duplas
Yan Zi e Zheng Jie (CHN) 2 x 0 A.Bondarenko e K.Bondarenko (UCR) - 6/2 e 6/2
Disputa do ouro
Elena Dementieva (RUS) 2 x 1 Dinara Safina (RUS) – 3/6, 7/5 e 6/3
Duplas
S.Williams e V.Williams 2 x 0 Anabel M.Garrigues e V. Ruano Pascual (ESP) – 6/2 e 6/0
Tênis masculino
Disputa do ouro
Rafael Nadal (ESP) 3 x 0 Fernando Gonzalez (CHI) - 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3
Bronze – Novak Djokovic (SER)
Ginástica artística – masculino - Final
Solo:
1 - Zou Kai (CHN) - 16.050
2 - Gervasio Deferr (ESP) - 15.775
3 - Anton Golotsutskov (RUS) - 15.725
Cavalo com alças:
1 - Xiao Qin (CHI) - 15.875
2 - Filip Ude (CRO) - 15.725
3 - Louis Smith (UK) - 15.725
Ginástica artística – feminina - Final
Salto sobre a mesa:
1 - Hong Un Jong (CRN) - 15.650
2 - Oksana Chusovitina (ALE) - 15.575
3 - Cheng Fei (CHI) - 15.562
Solo:
1 - Sandra Izbasa (ROM) - 15.650
2 - Shawn Johnson (EUA) - 15.500
3 - Nastia Liukin (EUA) - 15.425
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