sábado, 14 de junho de 2008

"Hulk esmaga!!!"

A cada dia que passa me irrito mais com a crítica cinematográfica. Não importa mais o que o filme representa, o que ele diz, e sim os pequenos detalhes que aqueles "velhos" que acham que entender de cinema é conhecer o nome de 1000 diretores e ter visto 10.000 filmes resolvem implicar. Entre algumas coisas que li sobre o Incrível Hulk estavam: “gigante verde desengonçado”, “muita ação e pouco drama”, “desrespeito ao trabalho de Ang Lee” e o cúmulo de um tal de Luis Carlos Merten implicar com “falta de realismo que a favela é tratada”. Ah, faça-me o favor! Pra começar, o trabalho de Ang Lee foi ruim e ponto. Se tivesse sido bom o personagem não teria sido totalmente refeito de acordo com a vontade da recém-nascida Marvel Studios. E eu posso afirmar: Não poderia ter acontecido nada melhor ao nosso querido Hulk.

A historia não é uma continuação do Hulk de Lee, mas uma total recriação, até mesmo em sua origem. Neste filme, a origem do personagem tem uma ligação direta com a genêse de outro grande super herói, Capitão América. Inclusive a “presença” deste será comentada mais adiante. No papel do cientista Bruce Banner sai o bom Eric Bana e entra o melhor ainda Edward Norton, que mostra mais uma vez que é bom em qualquer papel, seja em filmes “cult” como “A outra historia americana” e em blockbusters como este. Norton, que também é o co-roteirista , repete a importância que Robert Downey Jr. teve em Homem de Ferro, ou seja, é a essência do filme. Os melhores momentos da projeção são justamente quando vemos Bruce Banner em ação, e não Hulk. Os momentos de conflito consigo mesmo apresentados nos remetem diretamente à saudosa série “O Incrível Hulk”, estrelada por Bill Bixby e Lou Ferrigno (que fazem suas participações especiais no filme, mesmo o primeiro já estando morto). Os outros destaques do elenco são William Hurt como um odioso Gen. Ross e Tim Roth como o ambicioso e incontrolável Emile Blonsky. Infelizmente o elo fraco é Liv Tyler, mas não chega a comprometer.
Muito se falou sobre as cenas rodadas no Brasil, e fico feliz em dizer que são a melhor parte do filme. Ocupando os primeiros 20 minutos de projeção, o diretor Louis Leterreier capta todo o labirinto que é a favela da Rocinha usando em muitos momentos câmeras na mão. A perseguição à Bruce Banner por atiradores merece especial destaque nesse sentido. O único contra talvez seja o português mal falado de alguns figurantes, mas a participação bem-vinda do lutador Rickson Grace compensa. As demais cenas de ação ao longo do filme são empolgantes, principalmente o primeiro enfrentamento entre o gigante verde e Blonsky, ainda em forma humana. Nesse sentido, pode-se dizer sem medo de ser queimado na fogueira que Leterrerier joga Ang Lee no chão. O diretor francês tem um feeling pra ação fantástico, assim como já havia provado em “Carga Explosiva”.
Por fim, o roteiro. E aqui entra o incrível universo que a Marvel está trazendo para o cinema. Quando escrevi a resenha de “Homem de Ferro” citei a fantástica oportunidade de um série de cross roads e o universo completo da Marvel, com todas as suas relações, ser transposto pro cinema. Se Homem de Ferro dava sinais disso, O Incrível Hulk escancara. Desde os primeiros minutos vemos referências diretas às Empresas Stark, SHIELD, Nick Fury e, o mais empolgante, o supersoro. Para quem não conhece, o supersoro faz parte do projeto do Super-soldado que originou na 2º Guerra o Capitão América. Tal projeto é citado várias vezes durante o filme e tem relação direta com a origem do Hulk. Ou seja, se a Marvel não jogar tudo que vêm construindo na lata do lixo (a Fábrica de Idéias tem um histórico preocupante de complicar o simples e errar no que ta dando certo), os próximos anos serão empolgantes pros fãs de Hqs e o público em geral. Quanto ao filme em si, a presença de um adversário à altura do herói é muito bem vinda, concertando principal equivoco do filme de Lee. E seu fecho, é, nada menos que muito empolgante, já que muitos já sabem que ****SPOILER**** Tony Stark faz um pequena participação no final, assim como a cena final com Bruce Banner nos faz pensar muito em como será a continuação***FIM DO SPOILER***.



“O Incrível Hulk” é o segundo tiro certeiro da Marvel Studios. Apostando em astros do segundo escalão, mas extremamente talentosos, e em diretores semi-desconhecidos ela aposta em seus próprios roteiristas e começa a criar um universo único e inédito no cinema. Ainda acredito que o melhor filme de herói do ano será o novo Batman, mas não se pode negar que o verão até agora nos trouxe grandes surpresas. Como disse, agora, é só saber se a Marvel continuará empolgando ou esbarrará na truculência de Joe Quesada (presidente), que aparenta fazer de tudo para brigar com quem lhe traz sucesso. Tudo que posso dizer depois disso é: esqueçam o que críticos anciões escrevem e que mal posso esperar para ver o filme do Capitão América em 2010.

6 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Texto entusiamado, mais uma vez!

Gostei da crítica aos críticos.

E... eu gostei do filme do Ang Lee. É mais sentimental e tem efeitos ruins, mas parece não se distanciar tanto desse conceito mais "marvelesco" de Hulk.

Mônica Alves disse...

Eu ODEIO o outro filme do Hulk. Muito ruim. Espero realmente que esse seja bem melhor.

Pedro Zambarda disse...

Do outro filme, eu só não gostei do final.

E dos efeitos especiais toscos.

Nesse filme do norton, eu continuo achando horrível o fato dele ter 7 metros de altura. Caçamba. Façam algo que não passe dos 2,5.

Gente exagerada.

Gabriel Carneiro disse...

Eu acho Hulk, do Ang Lee, muito ruim.

Mas não foi por isso que fizeram esse filme, e ignoraram o outro. Foi porque a Marvel queria ganhar dinehiro em cima do personagem. Como o filme de Lee não fez sucesso algum nas bilheterias, devido ao excesso de densidade psicológica, e muito pouca ação, eles resolveram pegar um diretor x de ação, e fazer do monstro verde um ser bestial e destruidor. O público médio quer ação, e só isso, oras.

Unknown disse...

Sinceramente, se tem alguem que respeita os personagens da Marvel, é a propria Marvel. Ela remodeleou sim por causa do trabalho do Ang Lee foi ruim com seu personagem. Ela briga sim com autores e escritores, mas fazer qualquer coisa pra agradar qualquer publico não eh coisa dela. Homem de Ferro é a prova disso. Entretenimento com extrema qualidade

Gabriel Carneiro disse...

Claro, Thiago, claro. Mercado é coisa de comunista, e você é um agente infiltrado na Marvel.

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