Queremos ouvir uma boa história. Queremos ouvir uma história boa. Queremos, de boa, ouvir uma história. A boa é que queremos ouvir uma história. De boa, ouvir uma história é o que não queremos.
Ok, eu apresento uma matéria de jornal. Ele, com sua voz grossa de experiência, diz que ela está bem escrita, diz que o texto está gostoso. Falo que o tema é fofoca. Vem, da boca dele, críticas em caminhões. Os ares se transformam em lamentos queixosos. A culpa é do país, dos clichês, do imenso repertório dele que é muito melhor do que o mundo diminuto. O mundo prova, outra vez, que é diverso, maldito, perverso.
Influenciei o julgamento de alguém em uma frase curta. Um verbo e um substantivo: "é fofoca". As palavras sendimentaram e o comentário inicial se liquefez. Ele poderia reviver o que disse e me contrariar. O público não forma opinião, eu formo a sensação deles.
Um professor essa semana disse que não gosta de dar notas. Esqueceu somente de transmitir aos alunos que gostaria que assistissem suas aulas, apenas isso, deixando que um jornalista fechasse suas opiniões em um "ele não presta". Uma empregada disse que não conseguia se levantar para o trabalho nesse domingo. Esqueceu que a dona foi influenciada por administradores de empresa e lugares-comuns frouxos. Terminou demitida, talvez fosse melhor um robô no lugar dela.
Frankfurt foi o tetris da comunicação. A epopéia de William Gibson vive no coração latente, na incomunicação subseqüente, não na sociedade demente.
Ok, eu apresento uma matéria de jornal. Ele, com sua voz grossa de experiência, diz que ela está bem escrita, diz que o texto está gostoso. Falo que o tema é fofoca. Vem, da boca dele, críticas em caminhões. Os ares se transformam em lamentos queixosos. A culpa é do país, dos clichês, do imenso repertório dele que é muito melhor do que o mundo diminuto. O mundo prova, outra vez, que é diverso, maldito, perverso.
Influenciei o julgamento de alguém em uma frase curta. Um verbo e um substantivo: "é fofoca". As palavras sendimentaram e o comentário inicial se liquefez. Ele poderia reviver o que disse e me contrariar. O público não forma opinião, eu formo a sensação deles.
Um professor essa semana disse que não gosta de dar notas. Esqueceu somente de transmitir aos alunos que gostaria que assistissem suas aulas, apenas isso, deixando que um jornalista fechasse suas opiniões em um "ele não presta". Uma empregada disse que não conseguia se levantar para o trabalho nesse domingo. Esqueceu que a dona foi influenciada por administradores de empresa e lugares-comuns frouxos. Terminou demitida, talvez fosse melhor um robô no lugar dela.
Frankfurt foi o tetris da comunicação. A epopéia de William Gibson vive no coração latente, na incomunicação subseqüente, não na sociedade demente.
Sopa de Letrinhas são crônicas publicadas às quintas-feiras.
Falam de comunicação, de protesto e contra-protesto.
2 comentários:
1) O que você quis dizer com Frankfurt? Creio que nem todos saibam o que é ou o que pode ser. É a escola de Frankfurt? Pq a escola de Frankfurt foi o tétris da comunicação? SAeria interessante explicar isso pro enorme matiz de leitores possíveis.
2) Voz grossa da experiência - é uma crítica construtiva - é uma metáfora de mau gosto, se você me permite uma opinião pessoal. E machista tbm. Mulheres podem ter voz fina, e ser mto experientes. Mas não é só de mau gosto por isso. É de mau gosto pq é uma construção pseudo literária, quase um chavão, um clichê. Algo que vc deve ter escrito para dar oa texto uma impressão de beleza e sensibilidade.
outra coisa:
Quem é Willian Gibson e qual é a epopéia dele? Isso é pedantismo.
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