Fotos e texto por Pedro Zambarda de Araújo, originalmente para a Whiplash.net
“Best I Can” ressoava pelo Credicard Hall, respeitada casa de shows em São Paulo, no último dia 16 de maio, às 22h. Geoff Tate destacava-se de seus colegas de banda, com um vocal comparável ao célebre Bruce Dickinson da banda Iron Maiden, com linhas vocais melodias ora suaves ora agressivas. Eram os Queensrÿche, quinteto norte-americano pioneiro em aliar a música progressiva de bandas como Yes, Genesis e Pink Floyd ao thrash metal e ao hard rock, gêneros do rock predominantes no cenário musical dos Estados Unidos, juntamente com o Fates Warning, um grupo semelhante.
No entanto, mesmo com esse passado importante tanto para os fãs de música pesada quanto para os admiradores de longos e técnicos solos de instrumentos do progressivo, o público brasileiro foi insuficiente nas apresentações em nosso país: cerca de 800 pessoas no show no Rio de Janeiro, dia 8 de maio, e, pasmem, cerca de 300 pessoas em Belo Horizonte, dia 10. Para a história que o Queensrÿche marca desde seu gênese em 1981, com músicas explorando temas sociais, psicológicos e políticos em suas letras, algumas com tom futurista, foi vergonhosa a ausência de muitas pessoas.
Mesmo assim, a banda fez sua apresentação com o mesmo entusiasmo que em todas as apresentações dessa turnê. Em São Paulo, estavam presentes cerca de 3000 pessoas de público, um número menos alarmante em relação às outras cidades. Dessa forma, “NM 156”, a segunda música, levou o público de volta ao passado, na época do CD The Warning, em 1984, com letras que questionavam mais a política. Enquanto “Best of You” do popular Empire, de 1990, fala sobre paralisia e superação, problemas considerados mais pessoais.
Embora esteja na banda há apenas 5 anos, Mike Stone, com seu jeito meio "punk” e sua guitarra com desenho de fogo, fez bonito ao seguir, praticamente com fidelidade, as músicas do Queensrÿche da época de Chris DeGarmo, um guitarrista compositor forte dentro da banda. O público também aceitou bem Mike, incentivando em seus solos, que eram poucos devido ao trabalho que ele tinha na base das músicas. No entanto, Stone chegou a brincar com um cavaquinho elétrico com o público, ápice de sua presença de palco.
“Screaming for Digital” fez outro retorno, desta vez até 1986, no álbum Rage For Order, totalmente nostálgico. Ao contrário dessa nostalgia, “Hostage” e “The Hands” trouxeram o recente material da banda Operation Mindcrime II, que é uma continuação da saga do drogado revolucionário Nikki do CD de 1989, a primeira parte. Por repetir uma história passada, o material é fonte constante de críticas severas.
Do álbum Promised Land, de 1994, “Bridge” foi acompanhada por um discurso sobre fracassados feito pelo vocalista Geoff Tate. Além da competência vocal, o frontman se revelou uma pessoa cordial e carinhosa com seus ouvintes, explicando o significado das músicas e não permanecendo no clichê de “thank you São Paulo”, e saudações desse gênero.
Embora muitos tenham reclamado da falta de expressão, o baixista Eddie Jackson se portou agressivo em faixas como “Eyes of Stranger”, clássica do Operation Mindcrime, o primeiro, não sua continuação. O músico, além de fazer o vocal de fundo de forma competente, atirou palhetas para o público no final da apresentação, como se fossem dardos para um alvo, com um riso inesperado.
A banda inteira teve um desempenho marcante no cover do clássico de Black Sabbath, “Neon Nights”, imortalizada na voz de Dio. Tate não conseguiu o mesmo agudo da música original, mas conseguiu cantá-la de maneira satisfatória. Michael Wilton, guitarrista solo e fundador do grupo, deu um show de técnica, precisão e feeling, mesmo em músicas mais pesadas e repetitivas. Também tocou junto com Mike Stone, provando que a banda não é formada apenas por músicos isolados.
O palco foi rodeado, durante toda a apresentação, por efeitos de fumaça e luzes das mais variadas cores, dando o tratamento estético que a trupe de Geoff Tate e Michael Wilton merece.
De todos os CDs, no entanto, o que mais teve destaque foi o popular Empire, que teve, inclusive, músicas gravadas em clip para a MTV. No show paulistano, canções antológicas como “Silent Lucidity”, que fechou o show, a faixa-título “Empire”, “Last time in Paris” e “Jet City Woman” agitaram o público, que não fez feio e sabia todas as faixas. Scott Rockenfield, outro membro fundador da banda, continuou com sua qualidade “detonadora” nas baquetas.
E, entre todas essas faixas clássicas e empolgantes, “Anybody Listening?”, também do Empire, me chamou mais a atenção entre todas as executadas naquela noite incomum: nela, os músicos pareciam em um transe dentro da melodia melancólica da guitarra típica do hard rock oitentista. Irrompendo esse clímax estava, novamente, Geoff Tate, gesticulando e sentindo cada uma de suas letras como se fosse a sua própria realidade. A performance do vocalista é um exemplo para quem vive de música: mesmo com um público pequeno, ele tornou o Queensrÿche um canal de expressão simpática ao público presente, que realmente aprecia suas canções.
O set paulistano foi o mesmo do show do Rio. A empolgação do público? Bom, São Paulo é conhecido como um dos grandes centros de heavy metal do Brasil, senão o maior. A fama não é à toa. Excelente espetáculo, Queensrÿche e público.
“Best I Can” ressoava pelo Credicard Hall, respeitada casa de shows em São Paulo, no último dia 16 de maio, às 22h. Geoff Tate destacava-se de seus colegas de banda, com um vocal comparável ao célebre Bruce Dickinson da banda Iron Maiden, com linhas vocais melodias ora suaves ora agressivas. Eram os Queensrÿche, quinteto norte-americano pioneiro em aliar a música progressiva de bandas como Yes, Genesis e Pink Floyd ao thrash metal e ao hard rock, gêneros do rock predominantes no cenário musical dos Estados Unidos, juntamente com o Fates Warning, um grupo semelhante.
No entanto, mesmo com esse passado importante tanto para os fãs de música pesada quanto para os admiradores de longos e técnicos solos de instrumentos do progressivo, o público brasileiro foi insuficiente nas apresentações em nosso país: cerca de 800 pessoas no show no Rio de Janeiro, dia 8 de maio, e, pasmem, cerca de 300 pessoas em Belo Horizonte, dia 10. Para a história que o Queensrÿche marca desde seu gênese em 1981, com músicas explorando temas sociais, psicológicos e políticos em suas letras, algumas com tom futurista, foi vergonhosa a ausência de muitas pessoas.
Mesmo assim, a banda fez sua apresentação com o mesmo entusiasmo que em todas as apresentações dessa turnê. Em São Paulo, estavam presentes cerca de 3000 pessoas de público, um número menos alarmante em relação às outras cidades. Dessa forma, “NM 156”, a segunda música, levou o público de volta ao passado, na época do CD The Warning, em 1984, com letras que questionavam mais a política. Enquanto “Best of You” do popular Empire, de 1990, fala sobre paralisia e superação, problemas considerados mais pessoais.
Embora esteja na banda há apenas 5 anos, Mike Stone, com seu jeito meio "punk” e sua guitarra com desenho de fogo, fez bonito ao seguir, praticamente com fidelidade, as músicas do Queensrÿche da época de Chris DeGarmo, um guitarrista compositor forte dentro da banda. O público também aceitou bem Mike, incentivando em seus solos, que eram poucos devido ao trabalho que ele tinha na base das músicas. No entanto, Stone chegou a brincar com um cavaquinho elétrico com o público, ápice de sua presença de palco.
“Screaming for Digital” fez outro retorno, desta vez até 1986, no álbum Rage For Order, totalmente nostálgico. Ao contrário dessa nostalgia, “Hostage” e “The Hands” trouxeram o recente material da banda Operation Mindcrime II, que é uma continuação da saga do drogado revolucionário Nikki do CD de 1989, a primeira parte. Por repetir uma história passada, o material é fonte constante de críticas severas.
Do álbum Promised Land, de 1994, “Bridge” foi acompanhada por um discurso sobre fracassados feito pelo vocalista Geoff Tate. Além da competência vocal, o frontman se revelou uma pessoa cordial e carinhosa com seus ouvintes, explicando o significado das músicas e não permanecendo no clichê de “thank you São Paulo”, e saudações desse gênero.
Embora muitos tenham reclamado da falta de expressão, o baixista Eddie Jackson se portou agressivo em faixas como “Eyes of Stranger”, clássica do Operation Mindcrime, o primeiro, não sua continuação. O músico, além de fazer o vocal de fundo de forma competente, atirou palhetas para o público no final da apresentação, como se fossem dardos para um alvo, com um riso inesperado.
A banda inteira teve um desempenho marcante no cover do clássico de Black Sabbath, “Neon Nights”, imortalizada na voz de Dio. Tate não conseguiu o mesmo agudo da música original, mas conseguiu cantá-la de maneira satisfatória. Michael Wilton, guitarrista solo e fundador do grupo, deu um show de técnica, precisão e feeling, mesmo em músicas mais pesadas e repetitivas. Também tocou junto com Mike Stone, provando que a banda não é formada apenas por músicos isolados.
O palco foi rodeado, durante toda a apresentação, por efeitos de fumaça e luzes das mais variadas cores, dando o tratamento estético que a trupe de Geoff Tate e Michael Wilton merece.
De todos os CDs, no entanto, o que mais teve destaque foi o popular Empire, que teve, inclusive, músicas gravadas em clip para a MTV. No show paulistano, canções antológicas como “Silent Lucidity”, que fechou o show, a faixa-título “Empire”, “Last time in Paris” e “Jet City Woman” agitaram o público, que não fez feio e sabia todas as faixas. Scott Rockenfield, outro membro fundador da banda, continuou com sua qualidade “detonadora” nas baquetas.
E, entre todas essas faixas clássicas e empolgantes, “Anybody Listening?”, também do Empire, me chamou mais a atenção entre todas as executadas naquela noite incomum: nela, os músicos pareciam em um transe dentro da melodia melancólica da guitarra típica do hard rock oitentista. Irrompendo esse clímax estava, novamente, Geoff Tate, gesticulando e sentindo cada uma de suas letras como se fosse a sua própria realidade. A performance do vocalista é um exemplo para quem vive de música: mesmo com um público pequeno, ele tornou o Queensrÿche um canal de expressão simpática ao público presente, que realmente aprecia suas canções.
O set paulistano foi o mesmo do show do Rio. A empolgação do público? Bom, São Paulo é conhecido como um dos grandes centros de heavy metal do Brasil, senão o maior. A fama não é à toa. Excelente espetáculo, Queensrÿche e público.
3 comentários:
Bom texto, apesar de Heavy Metal não ser minha praia.
Adorei as fotos!
Queersycher (nunca acerto o nome). pelo pouco que conheço um puta vocalista, numa puta banda, com várias putas músicas huauhahu
Acredita que sou super fã da banda, mas só soube do show agora em maio de 2009, um ano depois? Que divulgação escrota foi essa? Acho que seria interessante fazer uma reportagem onde se divulgasse quem foi responsável por não informar adequadamente os fãs com anuncios em jornais, revistas, comerciais de TV, Internet, etc. Geoff Tate é o melhor vocalista de Heavy Metal vivo e merecia uma melhor divulgação.
Postar um comentário