quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sopa de Letras

Mestre, discípulo. Pai e filho, dai-me o brilho. Relação. Revelação

Outro dia estava conversando no corredor sobre professores. Sempre falo deles, muitas vezes mal, poucas vezes elogio. E há dias que essa mentira cai e eu reconheço os pontos positivos, a genialidade escondida em um procedimento aparentemente deficiente. Se professores fossem máquinas perfeitas, as células defeituosas seriam apenas os alunos. A hierarquia errante estimula o discípulo fiel a mudar isso. A lógica, de tão aceita e perfeita, gera desleixo e preguiça, que é descartada na corrida entre os jogadores.

Foi essa pequena conclusão que tirei dessas palavras dissipadas nos corredores claustrofóbicos da Cásper Líbero. Não temos o direito de falar mal desses senhores e senhoras que tentam nos fazer ingerir um mercado, absorver uma teoria e digerir uma prática. Cuspimos infinitamente no prato que comemos e, é duro reconhecer isso, está tudo previsto no script.

No meio dos germes da saliva despejada, alguns alunos fazem como o samurai suicida: cometem o harakiri profissional e crescem abortados previamente. Outros percorrem a carreira profissional com ferimentos na escala do furo de um canhão. Uns perdidos não mudam o mundo com suas espadas, mas com o ar que respiram, transpiram esperança e transparência. Há outros tantos, dos tipos mais bizarros e familiares

O desnível dos pais para filhos, do comunicador para o suposto alienado e do sábio para o ignorante geram os fluídos impiedosos da relação: ora o prato chacoalha a comida, ora o grão de arroz altera toda a ordem dentro do prato. Se fóssemos nivelados, não haveria porque emitir tantas disparidades, tantas possibilidades. A escolha serve pra duas coisas: identificar e reprimir. Para cada porta aberta, alguém ficou trancado, asfixiado.

Por isso, quando temos uma família desestabilizada, a realidade não é cruel, mas é óbvia: a sua força deve estar compatível para te salvar e renovar essa força destruída. O jornalismo ora é destruído por forças externas, espalhadas pela sociedade, é corrompido. A fonte, as pessoas afetadas pela matéria, também são pré-julgadas e elouquecidas por pequenos montantes de papel impresso. Verme versus Homem. Homem versus Verme. Verme que é Homem. Homem que é Verme.

Sopa de Letrinhas são crônicas publicadas às quintas-feiras.

Falam de comunicação, de protesto e contra-protesto.

6 comentários:

Anônimo disse...

esse texto tá phoda. O.O

Gabriel Carneiro disse...

Desculpe-me, Pedro. Mas tenho todo direito de reivindicar uma aula boa, que me interesse, que me estimule. Para ouvir baboseira, vou fazer outra coisa. Aulas são mercadorias, eu pago caro por elas. É bom que sejam boas.

Pedro Zambarda disse...

Gabriel

Contrate um robô, ele funciona melhor.

Unknown disse...

Texto mágnifico Pedro, sua melhor crônica até aqui.
E concordo com o Gabriel que temos que reinvidicar aulas boas, mas também concordo que se quiser algo perfeito, procure um robô e se torne um bitolado. É meio caminho andado para tal

Mônica Alves disse...

Acho que todos têm o direito de errar, inclusive professores. Lógico que a persistência nestes nos dão o direito de reclamar, mas ao mesmo tempo temos que pensar que aquelas pessoas ali são humanas, com qualidades, defeitos, problemas...
Ótimo texto Pedro, muito bom mesmo!

Unknown disse...

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